Já faz algum tempo que a diabetes se tornou uma epidemia mundial. A ocorrência da doença aumenta à medida em que os países ficam mais ricos e sua população torna-se mais sedentária e habituada ao consumo de alimentos ricos em açúcares.
Os números já atingem 9 milhões de brasileiros, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2015. O expressivo número corresponde a 6,2% da população adulta do país. Desse total, são 5,4 milhões de mulheres e 3,6 milhões de homens.
Mas por que a diabetes é tão grave e preocupa tanto a população e os órgãos de saúde? O principal problema da doença é que, além de ser crônica, costuma ser silenciosa, não levantando suspeitas e causando graves problemas à saúde das pessoas.
A doença consiste na ineficiência do corpo em produzir insulina ou em sua dificuldade em empregar de forma adequada a insulina que produz. A insulina, por sua vez, é um hormônio responsável pelo controle de glicose que circula no sangue, sendo essencial para que o organismo continue funcionando adequadamente, utilizando e sintetizando a glicose que obtemos por meio dos alimentos e transformando-a em energia.
Uma pessoa diagnosticada com diabetes, no entanto, não fabrica insulina ou não consegue utilizar de forma ideal a glicose. Por isso, os níveis de glicose permanecem exageradamente altos e a pessoa vive um quadro de constante hiperglicemia. Caso esse quadro seja recorrente, órgãos, vasos sanguíneos e nervos podem ser afetados.
Tipos de diabetes
Alguns tipos de diabetes costumam ser mais comuns que outros. O tipo 1, conhecido como insulinodependente faz com que o paciente, como o próprio nome sugere, necessite de aplicações diárias de insulina, pois a produção do hormônio é insuficiente. O tipo 1 geralmente aparece na infância ou no período da adolescência, mas pode ser diagnosticada também em adultos.
No tipo 2, o organismo do paciente produz insulina, porém, o corpo cria resistência à ação do hormônio, fazendo com que os níveis de açúcar se elevem. Silenciosa, a diabetes tipo 2 é maioria entre os diabéticos e se manifesta mais comumente em pacientes adultos, mas crianças também podem ser diagnosticadas.
O tipo 2 apresenta maior variação com relação à gravidade da doença, e, em alguns casos, pode até ser controlada por meio de exercícios físicos e com a ajuda de um bom planejamento alimentar. No entanto, nos casos mais delicados, é preciso ministrar insulina e outros medicamentos para controlar a glicose no sangue.
Além dos tipos 1 e 2 também existe a condição da diabetes gestacional. Nesses casos, as taxas de glicose ficam altas no sangue durante a gestação, principalmente quando a gestante apresenta um aumento muito grande no peso, mas, os níveis de glicose voltam ao normal após o nascimento do bebê.
O principal problema da diabetes gestacional acontece quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose dentro do útero, há maiores riscos ao parto e aumentam também as possibilidades da criança vir a se tornar um adulto obeso e diabético. Para evitar tal situação, recomenda-se que as gestantes procurem investigar como está sua glicose em jejum, a partir do início do 6° mês de gestação.
A condição pré-diabética
Você sabe o que é pré-diabetes? Se a resposta for “sim”, fique sempre atento aos sintomas para evitar o desenvolvimento da diabetes. Caso você não saiba o que significa ser pré-diabético, você não está sozinho.
Segundo um estudo desenvolvido pela Universidade da Flórida, cerca de 90% das pessoas que hoje se encontram pré-diabéticas não fazem ideia da condição em que se encontram e dos riscos que estão correndo.
O termo, pouco conhecido pelas pessoas, se refere a alguns sintomas, alguns aparentemente naturais que demonstram que o organismo está seguindo caminhos perigosos. No geral, são classificadas como pré-diabéticas as pessoas que apresentam níveis elevados de glicose no sangue, mas que ainda não atingiram o limite para serem consideradas portadoras da diabetes tipo 2.
No geral, são pessoas obesas, hipertensas ou com alterações nos lipídios que apresentam maiores chances de serem pré-diabéticas. Um outro dado importante, porém, pouco conhecido pelas pessoas é que aproximadamente 50% das pessoas com a condição se tornarão efetivamente diabéticas em algum momento.
E, para fazer parte dos 50% livres da diabetes, é importante estar sempre atento aos sintomas, por mais discretos que eles sejam, já que a pré-diabetes pode ser revertida por meio de práticas saudáveis.
O que fazer para evitar a diabetes e reverter a condição pré-diabética?
A primeira medida a ser tomada é passar a fiscalizar com frequência as taxas glicêmicas no sangue. E para realizar o procedimento, não é preciso ir ao hospital. Alguns aparelhos podem ser comprados em diversas farmácias e funcionam como medidores de glicose, onde é coletada uma pequena amostra de sangue, por meio de uma picada na extremidade do dedo. Os resultados saem na hora.
Independentemente do resultado nas taxas glicêmicas, a mudança de hábitos e a prática de esportes e atividades físicas é essencial para garantir a saúde prolongada do organismo e evitar a diabetes. Procure comer alimentos saudáveis e se movimentar!