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Marco Eusébio Sexta-feira, 28 de Agosto de 2020, 07:29 - A | A

Sexta-feira, 28 de Agosto de 2020, 07h:29 - A | A

Coluna Entrelinhas da Notícia

Morre piloto que impediu sequestrador atingir Palácio do Planalto com Boieng

Por Marco Eusébio

Da coluna Entrelinhas da Notícia
Artigo de responsabilidade do autor

Fotos vídeo Record e O Popular/Arquivo Reprodução

ColunaMarcoEusébio

O comandante Fernando Murilo de Lima e Silva e a cena do resgate do corpo do copiloto do avião da Vasp em 1988

O piloto aposentado, Fernando Murilo de Lima e Silva, que ficou conhecido em 1988 por impedir um sequestrador de arremessar um Boieng 737 contra o Palácio do Planalto, morreu aos 76 anos, na quarta (26), de complicações cardíacas e diabetes, em Armação dos Búzios (RJ), onde morava. Prestes a completar 32 anos, o sequestro do voo 375 da Vasp ocorreu no dia 29 de setembro de 1988. O avião decolou de Belo Horizonte rumo ao Rio de Janeiro com 135 passageiros e oito tripulantes, e quando sobrevoava a cidade, o tratorista Raimundo Nonato Alves da Conceição, de 28 anos, invadiu a cabine armado mandando o piloto seguir para Brasília para matar o então presidente José Sarney (MDB), a quem culpava por ter perdido o emprego em uma construtora devido à crise econômica no país.

"Ele gritava: 'Eu quero matar o Sarney. Quero jogar o avião no Planalto!'. Na época, eu não tinha ideia de que aquilo poderia ocorrer", disse o piloto ao G1, em 2011. O comandante colocou no transponder o código de alerta internacional e a torre de Brasília chamou a cabine pelo rádio. Ao tentar responder, o copiloto Salvador Evangelista foi baleado e morreu. Como o combustível estava acabando devido à mudança de rota, o comandante disse ao sequestrador que teria de pousar em Goiânia, onde o avião foi cercado por policiais federais.

No local, Raimundo exigiu um avião menor para que ele e o piloto fossem para Brasília executar seu plano. Na troca de aparelhos, o piloto tentou fugir e foi baleado na perna. Um agente da PF reagiu e baleou Nonato no quadril. Levado a um hospital, ele morreu três dias depois. "O meu sequestro foi um dos primeiros com aviões no país. Desde então, muita coisa mudou. Mas foi um processo lento de conscientização pela melhoria da segurança na aviação. Naquele tempo, não havia nem detectores de metais nos aeroportos", relatou o piloto, entrevistado pelo G1 na época do atentado às Torres Gêmeas (EUA) - leia aqui.

 

 

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Nascido em Santo André (SP) e radicado em Campo Grande (MS) desde a adolescência, Marco Eusébio é um dos mais experientes jornalistas de Mato Grosso do Sul. Com um estilo refinado e marcante de escrever, ficou conhecido como autor de uma das mais lidas colunas divulgadas em sites de notícias do estado. Agora em formato “in blog” amplia a comunicação com seus leitores através deste Portal www.marcoeusebio.com.br ativado no dia 29/2/2009.

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