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Cotidiano Quarta-feira, 04 de Abril de 2018, 11:25 - A | A

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EDUCAÇÃO

Alunos de escola indígena de MS vão iniciar ano letivo em abril, após impasse com prefeitura

Acordo garante realização de eleição para direção de escola na aldeia Bananal, em Aquidauana

Flávio Brito
Capital News

Acordo garante a realização de eleição para escolha da nova direção da Escola Municipal Indígena Polo (EMIP) General Rondon, localizada na aldeia Bananal, em Aquidauana. A medida foi acertada em reunião realizada nesta segunda-feira (2), na Procuradoria da República em Mato Grosso do Sul, O encontro ocorreu após a abertura da inquérito civil público, instaurado pelo Ministério Público Federal (MPF) para apurar questionamentos feitos pelos indígenas sobre o fato de a administração municipal ter nomeado, em 22 de fevereiro, uma nova diretora para a unidade escolar sem consulta prévia à comunidade.

 

Participaram da reunião o cacique da aldeia Bananal, Célio Fialho, o prefeito de Aquidauana, Odilon Ferraz Alves Ribeiro, o secretário municipal de Educação, Mauro Luiz Batista, o procurador jurídico do município, Heber Seba Queiroz, o procurador da República Emerson Kalif Siqueira e o antropólogo do MPF, Marcos Homero Ferreira Lima. O não entendimento entre as partes, até então, resultou na interdição temporária da escola, impedindo  início do ano letivo. 

 

Conforme os termos do acordo  a eleição será realizada no prazo de cinco meses. Até lá, o cargo será ocupado provisoriamente por profissional indicado pela administração municipal. A indicação de professores e demais cargos administrativos ocorrerá mediante o diálogo entre a prefeitura e a comunidade indígena, observados os critérios de capacitação para o exercício das funções.

 

De acordo com as informações do MPF. as  reivindicações da comunidade têm respaldo na Convenção nº 169/1989, da Organização Internacional do Trabalho, sobre os Povos Indígenas e Tribais, ratificada pelo Decreto nº 5051/2004, que determina que “os programas e os serviços de educação destinados aos povos interessados deverão ser desenvolvidos e aplicados em cooperação com eles”, entre outros regramentos que determinam expressamente a consulta dos povos indígenas em “medidas administrativas suscetíveis de afetá-los diretamente”.

 

Além disso, ao nomear a diretora em questão, a prefeitura deixou de seguir o próprio regramento, consistente na Resolução Gemed nº 11, de 27 de junho de 2011, que estabelece diretrizes para a eleição de diretores e diretores-adjuntos das escolas da rede municipal de ensino, cuja fase final é a eleição direta destes profissionais.

 

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