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Cotidiano Quarta-feira, 18 de Abril de 2018, 16:59 - A | A

Quarta-feira, 18 de Abril de 2018, 16h:59 - A | A

MORADORES DE RUA

Campanha orienta consequências da doação de esmola

“Com a doação de esmolas, pessoas em situação de rua recusam o acolhimento da assistência social”, afirma secretário

Esthéfanie Vila Maior
Capital News

PMCG

Campanha orienta consequências da doação de esmola

Durante a campanha serão distribuídos folders, além da instalação de placas em semáforos, outdoor e busdoor

A campanha “Onde a esmola acaba, o direito começa” foi lançada pela Prefeitura de Campo Grande, nesta quarta-feira (18). O intuito é conscientizar a população sobre a importância de não contribuir com a mendicância.

 

A vice-prefeita de Campo Grande e idealizadora do projeto, Adriane Lopes, explica que o objetivo da campanha é orientar a sociedade a não contribuir com a situação de rua. É necessário oportunizar a ressocialização para estes cidadãos, dando-lhes dignidade.

 

“Queremos orientar e informar que qualquer ajuda, seja com moedas, ou alimentação, entre outros, contribui para que estas pessoas permaneçam nas ruas, em situação de vulnerabilidade social e perpetuando a pobreza. O município mantém unidades de acolhimento que oferecem serviços de hospedagem, alimentação, higiene, encaminhamento para qualificação profissional, tratamento de saúde, enfim, toda uma rede para de fato assistir uma pessoa em situação de rua”, afirma Adriane.

 

Durante a campanha serão distribuídos folders, além da instalação de placas em semáforos, outdoor e busdoor. Todo material terá informações e telefones do Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas), da Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS). Assim, é oportunizado às pessoas em situação de rua atendimento e atividades direcionadas para o desenvolvimento de sociabilidades, fortalecimento de vínculos interpessoais ou familiares e a construção de um novo projeto de vida.

 

O secretário municipal de Assistência Social, José Mário Antunes, explica que ao sustentar o cidadão nas ruas, com a esmola que oferecem, estão prejudicando a solução desse problema. “Com isso, elas se recusam a aceitar o acolhimento da assistência social, que tem todo um suporte de encaminhamento para que haja de fato a retomada da dignidade desse cidadão. A Constituição diz que todos têm o direito de ir e vir, então, não podemos obrigar o cidadão a aceitar o acolhimento”.

 

O prefeito Marquinhos Trad ressalta os serviços disponíveis para atendimento aos indivíduos em situação de rua. “Claro que a pessoa dá uma moeda pensando no bem do outro, mas não tem a consciência do todo. Esse gesto faz com que a pessoa se acomode na situação, que na maioria das vezes já foi acometida por vícios em álcool, drogas, entre outros fatores que ferem a dignidade do ser humano. Eu posso afirmar com absoluta convicção que as unidades de acolhimento da assistência social são preparadas para atender toda a demanda da maneira mais digna que existe, mas precisamos da ajuda da sociedade para que esse morador de rua entenda que continuar nessa circunstância é o pior caminho para ele”.

 

Serviço Especializado em Abordagem Social 

O Seas realiza a busca ativa de indivíduos ou famílias, assim como crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, exploração sexual, uso abusivo de crack e outras drogas, que utilizam os espaços públicos como meio de moradia ou de sobrevivência.

 

O serviço funciona 24 horas por dia. Até as 23h, a equipe percorre ruas da cidade com intuito de acolher indivíduos que aceitam o convite para pernoitar no Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante (Cetremi). 

 

A maioria dos moradores de rua é usuário de álcool e outras drogas e negam atendimento, pois sabem que sendo encaminhados ficarão sem os entorpecentes. No período de frio e chuva, os indivíduos abordados que não aceitam recondução para o Cetremi, recebem cobertores e orientações realizadas pela equipe. 

 

Após as 23 horas, a equipe atende às denúncias realizadas através do telefone funcional (67) 98405-9528 ou 99290-8174.

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