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Cotidiano Quarta-feira, 13 de Março de 2019, 08:52 - A | A

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RECUPERAÇÃO

Com Síndrome de Guillain-Barré, menino de 11 anos volta a andar no CER/APAE

Diagnosticado com a doença há dez meses, ele passou por tratamento na rede pública e conseguiu recuperar seus movimentos

Caroline Carvalho
Capital News

Divulgação/APAE

Diagnosticado com a doença há dez meses, ele passou por tratamento na rede pública e conseguiu recuperar seus movimentos

Samuel voltou a andar na manhã de ontem (12), deixando todos do local emocionados

Diagnosticado com a síndrome de Guillain-Barré há 10 meses, Samuel Scariot, de 11 anos, voltou a andar nesta manhã desta terça-feira (12), no Centro Especializado em Reabilitação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Campo Grande (CER/APAE).

 

Samuel, que foi diagnosticado com o raro distúrbio na metade do ano passado, que lhe fez perder movimentos deixou todos que estavam no local emocionados no momento em que começou a dar os seus primeiros passos. O procedimento foi registrado pela mãe do paciente, Elecir Scariot. 

 

“Defino o dia de hoje como gratificante. A síndrome deixou o Samuel muito fragilizado, mas, com a reabilitação e medicação, os movimentos estão voltando, e o paciente está feliz e confiante em poder voltar a andar”, relatou a fisioterapeuta Daniela Araújo, que acompanhou o paciente durante esse momento. 

 

Elecir, mãe do Samuel, conta que viu a vida do filho mudar em junho de 2018. Naquele mês, ele foi atendido em estado grave, com a visão e a fala comprometida, além da perda de todos os movimentos voluntários do corpo. A criança uma forte dormência nas mãos - o primeiro sintoma da doença. E no dia seguinte, ao acordar, já estava completamente paralisado na cama.

 

O menino chegou a ficar 15 dias entubado e 21 dias no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital, onde, segundo a mãe do paciente, a médica responsável comunicou que o caso, além de grave, era raro.  Samuel recebeu alta hospitalar após 41 dias de internação. Com 12 kg a menos, o menino deu início a mais uma batalha pela recuperação de seus movimentos.

 

De acordo com a fisioterapeuta Sarita Baltuilhe, supervisora do setor de Fisioterapia Pediátrica do CER/APAE, Samuel recebeu triagem inicial do Sisreg (Sistema de Centrais de Regulação) em julho, com um quadro motor de tetraparesia (déficit de força muscular dos membros e tronco), e perda da força muscular em membros superiores e inferiores, além de dor intensa ao mobilizar as pernas. Nessa época, passou a utilizar cadeira de rodas para locomoção.

 

De acordo com Elecir, mãe do Samuel, os médicos não souberam diagnosticar a causa da síndrome. “Surpreendente como tudo surgiu da noite para o dia. Enfrentei e enfrento tudo isso com muita luta e batalha, cuido do Samuel sozinha. Deixei meu emprego, mas graças a Deus e aos profissionais da Apae, meu filho a cada dia tem uma evolução, ele é um milagre e estou muito feliz e ainda mais confiante”, relatou.

 

Guillain-Barré

A Síndrome de Guillain-Barré é uma doença neurológica autoimune em que o sistema nervoso é atacado pelo próprio sistema imunológico do organismo. Esse ataque provoca lesão na estrutura que recobre os nervos, o que provoca fraqueza muscular progressiva e paralisia. Se afetar os músculos respiratórios, o quadro pode ser fatal.

 

Tratamento

O Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe de tratamento para a síndrome de Guillain-Barré, incluindo procedimentos, diagnósticos clínicos, de reabilitação e medicamentos. O Brasil conta hoje com 136 Centros Especializados em Reabilitação, que atendem pacientes pela rede pública de saúde, sendo o CER/APAE de Campo Grande, um deles.

 

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