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Cotidiano Quarta-feira, 08 de Março de 2017, 12:25 - A | A

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Dia da Mulher

Em busca de respeito e igualdade, feministas vão às ruas e clamam por mudanças

“A mulher que afirma nunca ter sofrido preconceito, com certeza ela nunca saiu de casa”, comenta a Educadora Social

Myllena de Luca
Capital News

Deurico Ramos/Capital News

Em busca de respeito e igualdade, feministas vão às ruas e clamam por mudanças

Mulheres de Campo Grande se reuniram para pedir respeito e igualdade na sociedade em que vivem. O Dia Internacional da Mulher foi marcado pelo grito de socorro de cada representante e pela força de vontade de viver em um mundo melhor. O evento aconteceu na manhã desta quarta-feira (8), na Ary Coelho.

Completo por feministas, LGBT, mulheres negras, indígenas e deficientes, o grupo espalhou cartazes pela praça Ary Coelho e chamou a atenção. As mulheres lutam durante o ano por igualdade, porém, neste dia 8 de março, mostraram que o dia não é somente hoje.

Com o objetivo de mostrar a opinião, todas que sentiram vontade pegaram o microfone e falaram das dificuldades que é ser uma mulher. A luta é para que exista o fim da violência, espaço na política, no trabalho.

Deurico Ramos/Capital News

Em busca de respeito e igualdade, feministas vão às ruas e clamam por mudanças

A Assistente Social afirma que muita coisa deve ser mudada

O clamor das mulheres vai muito além de buscar ser vista na sociedade. “Na verdade a gente não gostaria de ter um dia 8 de março destinado para as mulheres. Nós queríamos que fosse a igualdade durante o ano todo, que a gente não tivesse violência, que não tivesse que buscar nosso espaço na política, no mercado de trabalho. É muita coisa que temos que conquistar”, afirma a Assistente Social e Militante do Movimento Feminista Sandra da Silva.

A luta começa dentro de casa quando é violentada pelo marido, quando não recebe ajuda nos afazeres domésticos ou quando não encontra uma simples vaga para matricular o filho em um Centro de Educação Infantil (Ceinf).

Deurico Ramos/Capital News

Em busca de respeito e igualdade, feministas vão às ruas e clamam por mudanças

Romilda conta que todas as mulheres já sofreram algum dia

Andar pelas ruas e sentir medo ao ver um homem na mesma calçada, este é um desespero vivido diariamente por mulheres que precisam sair de casa. “Não existe uma maior dificuldade que vivemos hoje, é um conjunto de coisas com problemas em todos os meios. Mudou-se a forma de agir, mas o conceito machista continua e infelizmente ele ainda predomina na sociedade. A mulher que afirma nunca ter sofrido preconceito, com certeza ela nunca saiu de casa”, afirma a Educadora Social, Romilda Neto.

Na opinião da Assistente Social, Sandra da Silva, o foco da data está ligado muito mais para o lado comercial. “A gente não quer só receber flores, a gente quer respeito, dignidade, a gente quer que a violência cesse contra as mulheres. Vale lembrar das mulheres negras e indígenas que são as que mais sofrem violências. Precisamos de mais delegacia da mulher”, comenta.

Muitas das mulheres violentadas não conseguem chegar ao mercado de trabalho. O 8 de março é considerado como um dia de reflexão de lutas. Existem muitas conquistas como Lei Maria da Penha e o voto feminino que existe a pouco mais de 80 anos, mas a caminhada por algo maior continua.

Deurico Ramos/Capital News

Em busca de respeito e igualdade, feministas vão às ruas e clamam por mudanças

Cartazes foram espalhados pela praça

“Você pode entregar uma flor no serviço, mas por meio dessa flor a  funcionária deve sentir a garantia de que pode deixar o filho no Ceinf e se o filho ficar doente o empregador tem que ter o olhar de não descontar as horas em que a mulher esteja atendendo a criança. São coisas que ainda não foram discutidas com a sociedade. Estou no movimento tem quase 17 anos, vejo que mudou muita coisa. Já atendi mais de 6 mil mulheres vítimas de violência, muita coisa mudou, mas ainda tem muita luta pela frente”, comentou Sandra.

Feminismo é um movimento que luta contra violência, padrões de beleza da sociedade, a favor da liberdade, questiona o papel da mulher na sociedade e procura promover a igualdade. 

 

 

 

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