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Cotidiano Terça-feira, 29 de Agosto de 2017, 16:55 - A | A

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Operação Antivírus

Empresa que cruzou governos de Puccineli e Zeca complica Ary Rigo

Digix é o epicentro da investigação do Gaeco sobre irregularidades em contratos do Governo

Danilo Galvão
Capital News

A. Ramos/Capital News

 Empresa que cruzou governos de Puccineli e Zeca complica Ary Rigo

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Novamente contratos de gestão pública no Mato Grosso do Sul com empresas do ramo de informática volta a ser tema de investigação do MPE-MS (Ministério Público Estadual). Agora com a “Operação Antivírus”, deflagrada nesta terça-feira (29), o alvo é um possível mega esquema de corrupção entre o Governo do Estado e fornecedores do setor de T.I. (Tecnologia da Informação) com mecânica parecida com o que já foi levantado na Operação Lama Asfáltica. Das três prisões temporárias expedidas, uma delas é do ex-deputado Ary Rigo, que está entre os investigados por ser amigo do dono da Digix, nome atual da Digitho, que cruzou governos de Zeca do PT e André Puccinelli no Estado.

Deurico/Arquivo Capital News

Ary Rigo

Ex-deputado Ary Rigo, suspeito de ser "sócio oculto" da Digix


“O meu cliente ainda não prestou o depoimento e pode ser liberado depois de falar no Gaeco. A prisão foi emitida para a garantia desse procedimento e os advogados ainda estão se interando do que envolve a suspeita levantada pelo Ministério Público Estadual. O Rigo não possui qualquer sociedade com a Digitho, e apenas guarda uma relação de amizade com o proprietário da empresa”, disse o advogado de Ary Rigo, Carlos Marques, alegando que por ora o que vincula o ex-parlamentar na operação é o vínculo dele com Jonas Schimidt Das Neves, dono da Digix, novo branding da Digitho.

Divulgação

Empresa que cruzou governos de Puccineli e Zeca complica Ary Rigo

Logotipo mais flexível e mudança de imagem é a interface da nova cara da Digitho


Ainda quando tinha o nome antigo a Digitho movimentou cerca de R$ 235 milhões em contratos com o Executivo Estadual, quando deu um salto de atendimento a gestão pública. As primeiras licitações vieram ainda no ciclo de Zeca do PT no Governo de Mato Grosso do Sul, mas com números menos vultuosos. Criada para atender o mercado com soluções em Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador não-customizáveis, a empresa possui um capital social de R$ 6,4 milhões.

Diretor do Detran, empresário, ex-deputado e servidor na lista de presos

Deurico Ramos/Capital News

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Diretor-presidente do Detran, Gerson Claro, também preso

Além de Ary Rigo,  Jonas Schimidt Das Neves, foi outro detido na operação, assim como o Diretor-presidente do Detran-MS, Gerson Claro. A lista das prisões preventivas e das temporárias inclui ainda o diretor-ajunto, Donizete Aparecido da Silva, o diretor de T.I. da autarquia, Gerson Tomi, o responsável pela chefia da Execução Orçamentária do Detran-MS, Érico Mendonça e o  diretor de administração e finanças, Celso Braz.



Também é investigado pelo Ministério Público Estadual o servidor Luiz Alberto Oliveira Azevedo, da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda), outro órgão que a Digitho já venceu licitações milionárias. A amostragem que a Operação Antivírus trabalha é a de contratos com início em 2015, ano que a empresa de Jonas Schimidt Das Neves venceu concorrência para a Sefaz por recompensa de R$ 48 milhões.

 

Até o fechamento desse material o MPE-MS informou que as apurações da Antivírus correm em sigilo e que para não prejudicar os trabalhos de investigação não seria divulgados os detalhamentos de que contratos especificamente estariam levantando suspeitas de focos de corrupção passiva, corrupção ativa, peculato e formação de quadrilha.

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