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Cotidiano Terça-feira, 26 de Setembro de 2017, 11:37 - A | A

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Dia Nacional do Surdo

Falta de informação dificulta o desenvolvimento de quem vive com surdez

Avaliação é feita por Danilo Marcheti, 26, vive com surdez desde que nasceu e tenta passar tudo que aprendeu para ouvintes e surdos

Flávio Brito
Capital News

Arquivo pessoal

Falta de informação dificulta desenvolvimento de quem vive com surdez

Danilo Marcheti, 26, nasceu surdo, em decorrência de problemas de saúde enfrentados pela mãe

O dia 26 de setembro é o Dia Nacional do Surdo. A data representa uma oportunidade para relembrar os desafios e as lutas por melhores condições de vida das pessoas com deficiência auditiva. Para contribuir com esses avanços e ajudar a promover a reflexão sobre o tema, a reportagem do Capital News conta a história de quem vive com surdez e tem muito a ensinar a este respeito.

Danilo Marcheti, 26, nasceu surdo, em decorrência de problemas de saúde enfrentados pela mãe, que teve rubéola durante a gestação. Hoje, ele entende a necessidade de garantir o desenvolvimento completo de uma pessoa surda. Danilo fala e escreve em português e também é falante em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Ao ser questionado sobre as dificuldades enfrentadas neste processo de aprendizagem, o jovem resume: “falta de informação”.

A educação é onde essa falta de informação pode deixar marcas profundas, dificultando o desenvolvimento de uma pessoa surda. “As escolas precisam conhecer a cultura das pessoas que são deficientes auditivos ou surdez. Precisam melhorar o conhecimento sobre surdez”, afirma Danilo. O resultado do desconhecimento se manifesta em ações e situações do dia a dia. “Cinema sem legenda, TV sem intérprete de Libras, aeroportos e rodoviários sem ajuda especial para deficiência auditivo, professores que explicam virados de costas para os alunos, professores que passam filmes sem legendas e em sala escura, alunos e colegas de escola que zombam ou não têm paciência para falar e ouvir”, exemplifica o rapaz.                       

É possível afirmar que os leitores que não têm uma deficiência auditiva, ou seja, são ouvintes, já estiveram nessas situações. Salas de cinemas ou de aula, mas nem sempre têm informação suficiente para começar se preocupar ou refletir sobre o fato de que há pessoas que estão nestes mesmos ambientes, mas não têm a chance de vivenciar uma experiência positiva. Na maioria das vezes, o direito a acessibilidade não é garantido. Mas, também é possível afirmar que, quando a comunidade atua em conjunto, essa garantia de direitos é facilitada.

Pensando em disseminar esse conhecimento, adquirido ao longo de toda a vida, Danilo resolveu palestrar sobre o assunto, levando informação para surdos e ouvintes. O rapaz ministrou sua segunda palestra nesta terça-feira (26), na Escola Professor Severino de Queiroz. “Sim, porque tem ouvintes que têm filhos surdos”, ressalta Danilo, sobre a decisão de se dirigir a quem ouve. “Além de tudo isso, falta centros governamentais para a estimulação e o apoio das famílias para ajudar no desenvolvimento das crianças, que seja gratuito”, acrescenta, revelando que ele tem a oportunidade de ter o acompanhamento de fonoaudióloga e psicopedagoga. Profissionais que prestaram apoio para ele e a família. Danilo fez o curso de ciência da computação e trabalha com tecnologia da informação. 

Depois do contato com o jovem Danilo Marcheti, a reportagem do Capital News afirma que a comunicação plena entre as pessoas tem de ser um desejo de todos e que esta capacidade precisa ser constantemente aprimorada. Neste caso, é possível afirmar que todos são capazes de ter “olhos atentos para ouvir” e “mãos ágeis e carregadas de empatia para falar”.

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Karen Ingrid Campagnoli Dias 26/09/2017

Belíssima matéria, sou noiva de um rapaz que tem deficiência auditiva, acredito que tudo o que o Danilo fala na matéria verdade, professores que não são qualificados, informados sobre como agir. Acho que todos temos capacidade de se desenvolver se tiver suporte e o Danilo o Armando e tantos outros com essa ou outra deficiência mostra que tudo é possível, mas que precisam sim do apoio, colaboração de todos, inclusive dos nossos governantes! Armando que é meu noivo, é formado em Tecnologia da informação, tem inglês e italiano, para ele não existe barreiras!!! Tenho muito ORGULHO dele, um vencedor dentre tantas dificuldades encontradas no dia a dia.

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Karen Ingrid Campagnoli Dias 26/09/2017

Belíssima matéria, sou noiva de um rapaz que tem deficiência auditiva, acredito que tudo o que o Danilo fala na matéria verdade, professores que não são qualificados, informados sobre como agir. Acho que todos temos capacidade de se desenvolver se tiver suporte e o Danilo o Armando e tantos outros com essa ou outra deficiência mostra que tudo é possível, mas que precisam sim do apoio, colaboração de todos, inclusive dos nossos governantes! Armando que é meu noivo, é formado em Tecnologia da informação, tem inglês e italiano, para ele não existe barreiras!!! Tenho muito ORGULHO dele, um vencedor dentre tantas dificuldades encontradas no dia a dia.

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