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Cotidiano Terça-feira, 04 de Abril de 2017, 11:54 - A | A

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UFN3

MPF determina suspensão de qualquer negociação para venda da unidade da Petrobrás em Três Lagoas

Órgão quer que sejam retomada imediatamente as obras que estão paralisadas há dois anos

Gian Nascimento
De Três Lagoas para o Capital News

Divulgação

UFN3

Unidade tem atualmente 80% do total concluído, porém, está paralisada há dois anos

A venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3) da Petrobrás em Três Lagoas pode ser impedida judicialmente de ser vendida. O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação nesta segunda-feira (4) determinando a suspensão de qualquer tratativa de negociação para venda do local e pede também que as obras, paralisadas há dois anos, sejam retomadas imediatamente.

Para o MPF, a cessão da unidade a terceiros apenas trará mais prejuízo a estatal que investiu recursos na realização da obra, mas devido à demora para conclusão acaba desperdiçando um patrimônio público, que atinge além da esfera federal, o próprio patrimônio da empresa.

A intenção do órgão é que os 20% restantes para o término da obra sejam realizados nos próximos seis meses, devendo a Petrobrás apresentar um cronograma mensal sobre o andamento dos serviços e ao final, um comprovante de execução. O MPF estipula uma multa no valor de R$ 50 mil, ao dia, em caso de descumprimento.

Além de todos os efeitos imediatos, na ação também é pedido uma indenização a ser paga pela estatal e revertida ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos no valor não inferir a R$ 300 mil, proporcionado ao número de habitantes de Três Lagoas.

UFN3
Com um projeto de R$ 3,1 bilhões, assinado em 2011 entre a Petrobrás e o Consórcio UFN3, composto pelas empresas GDK, Sinopec Petroleum do Brasil e Galvão Engenharia, e obra foi realizada até dezembro de 2014, quando o grupo rescindiu o contrato e paralisou as atividades com 80% concluído. Ao todo mais de 3 bilhões foram investidos.

No início do último mês, no entanto, após declaração pública de intenção de venda da Petrobrás, o Tribunal de Contas da União liberou o início das negociações, tendo um grupo chinês como principal candidato a compra da unidade, arcando também com as dívidas com os fornecedores da cidade, que já superam R$ 38 milhões.

A expectativa era de que a UFN3 produzisse cerca de 1,2 milhão de toneladas de ureia, reduzindo assim a dependência brasileira de fertilizantes importados, atendendo as principais regiões produtoras do país. Com a fábrica, mais de sete mil empregos seriam gerados e serviria de impulso a economia de Mato Grosso do Sul, quando em operação.

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