O Ministério Público do Trabalho (MPT), do Rio Janeiro, ampliou a investigação sobre a demissão de 1.200 professores da Universidade de Estácio. O MPT encontrou indícios que a empresa está fazendo dispensa discriminatória por idade. O procurador do Trabalho Marcelo José Fernandes da Silva teve acesso a uma lista com 104 professores demitidos e constatou que 81 deles têm entre 50 e 81 anos de idade, o que representa 77,8% dos casos. Alunos de diversos cursos da instituição de ensino em Campo Grande realizaram protesto contra a demissão em massa de professores, mesmo durante o período de aulas. Os estudantes ameaçam abandonar a instituição e terminar a graduação em outras universidades.
O inquérito civil foi aberto semana passada após a divulgação na imprensa que a universidade iniciou a demissão dos professores para serem recontratados com outros salários e utilizando novos contratos previstos na reforma trabalhista. O levantamento constatou ainda que 18 dos dispensados têm entre 40 e 49 anos e somente cinco têm menos de 40 anos. O MPT aguarda ainda a lista total de demitidos, o que a Estácio tem se negado em atender, divulgou a assessoria do Ministério Público.
"O Grupo Estácio promoveu, ao fim do segundo semestre letivo de 2017, uma reorganização em sua base de docentes. O processo envolveu o desligamento de profissionais da área de ensino do Grupo e o lançamento de um cadastro reserva de docentes para atender possíveis demandas nos próximos semestres, de acordo com as evoluções curriculares. É importante ressaltar que todos os profissionais que vierem a integrar o quadro da Estácio serão contratados pelo regime CLT, conforme é padrão no Grupo", divulhou a Estácio, sobre as demissões.
O MPT também recebeu denúncia que os professores foram retirados da sala de aula para serem obrigados a assinar suas demissões.
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