O Papa Bento XVI acatou nesta quarta-feira (4) a renúncia do arcebispo da Arquidiocese de Campo Grande, Dom Vitório Pavanello, que havia feito o pedido no início do ano, conforme nota divulgada pela Arquidiocese de Campo Grande, que mostra ainda a escolha do Papa pelo bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Dimas Lara Barbosa.
Conforme o código de Direito Canônico, no cânon 401 pede que o bispo diocesano, ao chegar aos 75 anos solicite ao Papa a renúncia do ofício de arcebispo diocesano. “Como completei 75 anos de idade no dia 20 de janeiro e tendo enviado a carta de renúncia antes de completar essa data para ele atender-me logo no dia do meu aniversário, ele achou por bem esperar um pouco até encontrar o sucessor para a Arquidiocese de Campo Grande”, explica.
Ontem (3), às 19 horas, Dom Vitório presidiu a celebração em comemoração ao centenário do primeiro bispo de Campo Grande, Dom Antonio Barbosa, que completaria 100 anos no próximo dia 10. Dom Vitório é o sucessor de Barbosa.
No domingo passado (1º), Dom Vitório celebrou missa campal na Praça do Papa em Campo Grande em homenagem a beatificação de João Paulo II. Mais de dois mil fieis acompanharam a celebração. Com a nomeação do novo arcebispo, Dom Vitório ficará à frente da Arquidiocese como Administrador apostólico até a posse do novo arcebispo, cuja data ainda não foi definida. Dom Vitório esteve a frente da arquidiocese por mais de 25 anos.
História
Dom Vitório é o sexto dos nove filhos do casal Luiz e Filomena Pavanello. Entrou para o seminário em fevereiro de 1949 no município de Ascurra, em Santa Catarina (SC). É bacharel em Letras Anglo-Germânicas, estudou Filosofia na Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras, em Lorena entre 1957 e 1959 e, depois, Teologia no Instituto Teológico Pio XI, em São Paulo, entre 1963 e 1966. Foi ordenado padre em 31 de julho de 1966, em São Paulo.
Em 31 de janeiro de 1982 foi sagrado bispo de Corumbá, sendo consagrado pelo arcebispo Dom Antônio Barbosa. Em 26 de novembro de 1984 foi nomeado arcebispo-coadjutor de Campo Grande, sendo que em 12 de dezembro de 1986, assume a Arquidiocese de Campo Grande, após a renúncia de Dom Antônio Barbosa.
Foi também Presidente do Regional Extremo-Oeste (1983-1988), Delegado da Conferência de Santo Domingo e Delegado à assembleia especial do Sínodo dos Bispos para a América por nomeação do Papa João Paulo II (1997).
Leia a Carta na íntegra:
"Meus queridos irmãos e irmãs diocesanos,
Comunico-lhes, com alegria, que a partir das 6 horas de hoje, o Santo Padre o Papa Bento XVI acolheu o meu pedido de renúncia ao governo desta amada Arquidiocese, por ter chegado à idade de 75 anos.
O Código de Direito Canônico no cânon 401 pede que o bispo diocesano, ao chegar aos 75 anos solicite ao Santo Padre a renúncia do ofício de arcebispo diocesano. Como completei 75 anos de idade no dia 20 de janeiro e tendo enviado a carta de renúncia antes de completar essa data para ele atender-me logo no dia do meu aniversário, ele achou por bem esperar um pouco até encontrar o sucessor para a Arquidiocese de Campo Grande, o que ocorreu hoje com a escolha de Dom Dimas Lara Barbosa, bispo auxiliar do Rio de Janeiro e Secretário da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Dom Dimas Lara foi nomeado pelo Papa
Foto: Divulgação/CNBB
Sinto-me feliz em apresentar a foto e o currículo da vida do novo arcebispo eleito.
Ele é uma pessoa muito alegre, como a foto mostra, simples, próximo do povo e muito versado em trabalho pastoral.
Tenho certeza de que será um excelente bispo nesta Arquidiocese, jovem 55 anos, dinâmico e cordial. Ele poderá levar em frente os trabalhos pastorais elaborados pela Arquidiocese e, lhes asseguro, bem melhor do que eu, pela experiência pastoral e por ser jovem dinâmico e amigo do povo.
Aproveito para agradecer a Deus a confiança que depositou em mim para eu exercer por três anos o ministério episcopal na Diocese de Corumbá e por 25 anos e três meses o ministério nesta Arquidiocese.
Agradeço igualmente o povo de Deus desta Arquidiocese pelo amor e carinho que tiveram comigo durante todo esse tempo, bem como a disponibilidade em trabalhar junto comigo para fazer crescer esta Igreja de Campo Grande nos moldes dos desafios dos tempos de hoje, à luz dos documentos da Igreja, especialmente do Vaticano II e das Conferências dos Bispos da América Latina e do Caribe, especialmente a última acontecida em Aparecida, SP.
Minha gratidão aos meus imediatos colaboradores nas tarefas pastorais e evangelizadora, sobretudo aos meus irmãos presbíteros, de quem muito recebi apoio, amor e carinho.
Foi muito bom trabalhar nesta Igreja arquidiocesana de Campo Grande com um presbitério bom e fraterno e com agentes de pastoral leigos e leigas que sem eles muito pouco teríamos feito.
Muito obrigado aos seminaristas pelo carinho e docilidade às orientações do seu bispo.
Minha gratião às religiosas e religiosas pelos serviços prestados a serviço desta Igreja. Sem elas e eles pouco podíamos ter feito.
Com a nomeação do novo arcebispo, eu ficarei à frente desta Arquidiocese como Administrador apostólico até a sua posse, cuja data ainda não a definimos.
Rezemos muito por ele, para que se prepare bem em vir viver entre nós e seja muito feliz no governo desta Arquidiocese.
Nossa Senhora da Abadia o tenha sob o seu manto protetor para que se sinta feliz em pastorear este Rebanho com o coração de Jesus, Bom Pastor e com a solicitude da Virgem Maria.
Nosso Senhor ressuscitado abençoe a todos com a magnitude de seu Coração Divino.
Amém”.
Por Gilmar Hernandes - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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04/05/2011 - 08:41
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