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Cotidiano Terça-feira, 19 de Setembro de 2017, 12:09 - A | A

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Justiça

Pedreiro é condenado a 26 anos de prisão pelo 1º caso de feminicídio em MS

Alex Armindo Anacleto de Souza era acusado de asfixiar e ocultar o cadáver da ex-mulher

Flávio Brito
Capital News

MPMS

Pedreiro é condenado a 26 anos de prisão pelo 1º caso de feminicídio registrado em MS

Acusado negou os crimes e disse não saber o que aconteceu com a vítima

O pedreiro Alex Armindo Anacleto de Souza acusado de ter assassinado a ex-mulher Ísis Caroline da Silva Santos, 21 anos, foi condenado a 26 anos de reclusão em regime inicial fechado. Este é o primeiro caso de feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul.

Na sentença proferida pelo Juiz Idail de Toni Filho o acusado foi condenado a 24 anos e 9 meses pelo homicídio qualificado, portanto hediondo, com o reconhecimento de todas as qualificadoras, com unanimidade entre os jurados. Houve ainda, a condenação pela ocultação de cadáver em 1 ano e 3 meses. Regime inicial fechado. Total da pena 26 anos.

Na acusação feita pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Promotor de Justiça George Zarour Cezar, foi pedida a condenação de Alex Armindo Anacleto de Souza por homicídio qualificado por feminicídio, dissimulação, asfixia e motivo torpe.

De acordo com as provas colhidas durante as investigações, o acusado, que mantinha um relacionamento clandestino e conturbado com a vítima, uma vez que já havia inclusive respondido pelo crime de estupro, convidou Ísis para passar o final de semana na cidade de Água Clara (MS).

No caminho, Alex e Ísis iniciaram uma discussão motivada pelo inconformismo dele diante do novo relacionamento mantido pela vítima. Diante disso, o pedreiro mudou o destino da viagem e acessou uma estrada vicinal em Ribas do Rio Pardo (MS), local onde asfixiou a vítima por enforcamento até a morte. Alex arrastou o cadáver para o córrego e o soltou para que fosse levado pela correnteza.

O julgamento
Como assistente de acusação, a mãe de Ísis, dona Margareth Oliveira da Silva, foi a primeira a prestar depoimento. Ela contou como o relacionamento da filha era conturbado e relembrou a primeira vez que o acusado agrediu Ísis. “Ele furou o tímpano dela. Amarrou, bateu e estuprou. Quando cheguei ao Hospital, minha filha estava toda machucada”, contou emocionada.

O Promotor George Zarour Cezar chegou a se emocionar com o depoimento da mãe da vítima. “Eu me solidarizo com o sentimento da senhora”, disse.

O depoimento de Alex Armindo Anacleto de Souza causou reação na Sessão. Ele negou todas as acusações e disse que teve uma discussão com a vítima e apenas a empurrou no rio e foi embora do local. Questionado pelo Promotor sobre a causa da morte de Ísis, o acusado disse que não sabe o que aconteceu.

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