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Cotidiano Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019, 11:38 - A | A

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Educação

Projeto cumpre agenda de crianças após horário de escola

Crianças a partir de 5 anos no chamado “contra turno”

Laryssa Maier
Especial Capital News

Saul Schramm/Arquivo Subcom

Projeto do governo cumpre agenda de crianças após horário de escola

O primeiro Rede Solidária Ruth Cardoso, nome que homenageia a ex-primeira dama do País, foi inaugurado na área conhecida como lixão ou “Favela Cidade de Deus”.

Rede Solidária, programa do Governo Estadual que atende crianças a partir de 5 anos no chamado “contra turno”, ou seja, depois do horário escolar. O relâmpago (ou insight) é resultado da inserção de crianças que, viviam na rua o dia todo, muitas vezes oriundas de famílias com sérios problemas de drogas, além da pobreza explícita. Além do bairro Dom Antônio, o Rede também está instalado no Jardim Noroeste. 

 

As crianças têm a oportunidade de praticar atividades como balé, tocar violão e bateria, e praticar capoeira. De segunda-feira á sexta-feira, as crianças saem da escola e vão direto para o Rede, onde além de toda a programação, também interage com amigos e instrutores que a acolheram.

 

Mais de 380 crianças estão sendo atendidas neste programa que oferece a prática de atividades esportivas como futebol, karatê, oficinas de percussão, canto e coral,  aulas de informática e ainda faz o maior sucesso com o grupo de dança contemporânea. Composto de 30 dançarinos, o grupo se apresentou recentemente no Festival de Inverno de Bonito e está preparando para se apresentar na Argentina em Setembro. “Imagine o que é uma viagem para uma criança que, na maioria das vezes, nunca saiu do bairro”, explica a coordenadora do Rede Dom Antônio, Maria Cristina Meza de Queiróz.

Saul Schramm/Arquivo Subcom

Projeto do governo cumpre agenda de crianças após horário de escola

Treinamento do “Bombeiros do Amanhã”

 

 “O programa dá certo porque nós inserimos toda a família”, explica a coordenadora, contando que o Centro trouxe segurança à comunidade. ”Foi um processo de mudança de comportamento”. Afinal, tirar as crianças das ruas e dar oportunidade de aprender e valorizar talentos é algo transformador, afirma coordenadora.

 

Rede Solidária Ruth Cardoso, nome que homenageia a ex-primeira dama do País, Ruth é a primeira Rede Solidária, a região que inspirou o projeto, era conhecida como lixão, ou “Favela Cidade de Deus”. Moradores viviam do que coletavam na montanha de detritos recolhidos em toda a cidade. Fossem alimentos ou objetivos descartados. A deterioração do lugar e vulnerabilidade das famílias possibilitaram a entrada de drogas, usuários e traficantes, transformando o bairro numa das áreas mais perigosas da cidade. Segundo assessoria o lixão tomou outro destino, muitos migraram para outras periferias, mas o local não seria o mesmo não fosse as ações assistenciais existentes e o trabalho incansável das equipes. “Trabalhamos com crianças que, muitas vezes, a única refeição do dia é a que oferecemos no Centro”, conta o coordenador adjunto, Rodrigo Barion.

 

Saul Schramm/Arquivo Subcom

Projeto do governo cumpre agenda de crianças após horário de escola

A salada da criançada atendida no projeto vem da horta cultivada pelos próprios assistidos; muitos tem ali a refeição do dia.

O projeto também serve lanche, o cardápio é variado e ainda conta com verduras fresquinhas plantadas, e cuidados , pelos meninos e meninas da Rede, numa linda horta nos fundos da sede. A salada da criançada atendida no projeto vem da horta cultivada pelos próprios assistidos; muitos tem ali a refeição do dia 

 

Mas nem só de movimentos e exercícios vive a rotina do lugar. Recém implantado no Dom Barbosa, o projeto “Bombeiros do Amanhã” faz a alegria da meninada que sonha um dia se tornar um profissional. Em parceria com o Corpo de Bombeiros, 40 crianças e adolescentes recebem treinamento físico e aulas de primeiros socorros em oficinas semanais. “Estamos formando novos bombeiros”, diz Rodrigo.

 

 Além do bairro Dom Antônio, o Rede Solidária também está instalado no Jardim Noroeste e atende um total de 850 famílias.  Ambos são locais de vulnerabilidade econômica e social. “Nosso trabalho é essencial, mas aparece pouco”, reconhece a Secretária de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho, Eliza Cleia.

 

Um dos destaques desta gestão, segundo a secretária foi o aprimoramento da gestão com o cruzamento e aprimoramento dos cadastros. Segundo ela foram criados vários filtros para dar mais transparência. Antes o cadastro era totalmente auto declaratório, agora é feito com o Cras (Centro de Referência de Assistência Social) que é a porta de entrada para a Rede Socioassistencial, responsável por executar os serviços, programas e projetos sociais desenvolvidos pelos Governos Federal, Estadual e Municipal.

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