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Cotidiano Quarta-feira, 23 de Maio de 2018, 18:37 - A | A

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Efeitos da greve

Reunião com caminhoneiros termina sem acordo e aeroportos podem ficar desabastecidos

Temer disse que pediu uma “trégua” de até três dias na paralisação

Flávio Brito
Capital News

Antonio Cruz/Agência Brasil

Reunião com caminhoneiros termina sem acordo e aeroportos podem ficar desabastecidos

Os ministros dos Transportes, Valter Casimiro Silveira; da Casa Civil, Eliseu Padilha e da Secretaria de Governo, Carlos Marun durante reunião para discutir a greve dos caminhoneiros

Representantes dos caminhoneiros deixaram a reunião desta quarta-feira (23), com ministros da Casa Civil, Transportes e Secretaria de Governo, afirmando que o governo não apresentou propostas que levem ao fim da paralisação da categoria, que já dura três dias. De acordo com o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, um novo encontro ficou agendado para esta quinta-feira (24).  A paralisação, que completa três dias hoje, já provoca desabastecimento de mercadorias e combustíveis, além de problemas de trânsito e congestionamentos. Também há relatos de reflexos na aviação civil, incluindo Campo Grande.

Agência Brasil

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As principais reivindicações dos caminhoneiros são a redução de impostos sobre o preço do óleo diesel, como PIS/Cofins e ICMS e o fim da cobrança de pedágios dos caminhões que trafegam vazios nas rodovias federais que estão concedidas à iniciativa privada.

 

“Não houve nenhuma proposta efetiva que possamos levar para a categoria. A proposta deles foi pedir um prazo para nós para que eles se posicionem amanhã às 14h”, disse o presidente da CNTA. Segundo ele, a categoria não vai desmobilizar a paralisação antes de ter um compromisso real de soluções para as demandas apresentadas. 

 

Participaram da reunião os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil),Valter Casimiro Silveira (Transportes), Carlos Marun (Secretaria de Governo) e o presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Mario Rodrigues. Do lado dos caminhoneiros, estiveram presentes representantes de dez entidades. O encontro também teve a participação de deputados federais.

 

Pedido de “trégua”

Em evento ocorrido na tarde de hoje, também no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer disse que pediu uma “trégua” de até três dias na paralisação. “Pedi que na reunião se solicitasse uma espécie de trégua para que em dois, três dias no máximo, pudéssemos encontrar uma solução satisfatória para os caminhoneiros e para o povo brasileiro”, disse. 

 

Temer frisou que o governo tem trabalhado desde o início da semana para encontrar uma solução para os caminhoneiros. “Desde domingo, estamos trabalhando nesse tema para dar tranquilidade, não só ao brasileiro, que não quer ver paralisado o abastecimento, mas também tentando encontrar uma solução que facilite a vida especialmente dos caminhoneiros”.

 

Aviso prévio

De acordo com a reportagem da Agência Brasil, Diumar Bueno disse que as entidades representantes dos caminhoneiros alertaram o governo sobre a possibilidade de paralisação, mas não tiveram respostas. “O governo foi previamente avisado e não tomou nenhuma providência, não chamou ninguém da categoria para conversar e tentar estabelecer alguma coisa para que o movimento não acontecesse”.

 

Aeroportos 

Deurico/Capital News

Foto ilustrativa de aeroporto, aeronaves, avião, passageiros, transporte aéreo, encomendas aéreas, abastecimento, combustível aeronáutico

Segundo a Infraero, aeroporto tem combustível suficiente para até dois dias

Um relatório da Infraero de 11h09 desta quarta-feira, aponta que os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e os de Palmas (Tocantins), Recife (Pernambuco), Maceió (Alagoas) e Aracaju (Sergipe) já não têm combustível suficiente para abastecer as aeronaves  no decorrer da semana, em razão da greve de caminhoneiros e do bloqueio às distribuidoras. Outros sete aeroportos têm combustível para um ou no máximo dois dias, entre está o de Campo Grande, além do Santos Dumont (RJ), Goiânia (GO), Teresina (PI), Ilhéus (BA), Foz do Iguaçu (PR) e Londrina (PR).

 

Veja o comunicado divulgado pela Infraero

"A Infraero está monitorando o abastecimento de querosene de aviação por parte dos fornecedores que atuam nos terminais e já alertou aos operadores de aeronaves que avaliem seus planejamentos de voos para que cada um possa definir sua melhor estratégia de abastecimento de acordo com o estoque disponível na origem e destino do voo.

 

Ao mesmo tempo, a Infraero está em contato com órgãos públicos relacionados ao setor aéreo para garantir a chegada dos caminhões com combustível de aviação aos aeroportos administrados pela empresa.

 

Sobre o relatório mencionado pela reportagem, trata-se de um levantamento diário da Infraero e que ajuda a empresa a monitorar a situação do fornecimento de querosene de aviação pelas fornecedoras, além de auxiliar na proposta de ação por parte do Poder Público no sentido de garantir o abastecimento das aeronaves.

 

Aos passageiros, a Infraero recomenda que procurem suas companhias para consultar a situação de seus voos. Aos operadores de aeronaves, a empresa orienta que façam a consulta sobre a disponibilidade de combustível na origem e no destino do voo programado.

 

A Infraero compreende o direito de manifestação, mas entende que os protestos devem ocorrer sem afetar o direito de ir e vir das pessoas, bem como a segurança das operações aeroportuárias".

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