Caroline Carvalho/Capital News
Depoimento de Nando foi feito via videoconferência, pois ele está com pneumonia e se recusa a tomar medicamentos
Luiz Alves Martins Filho, o “Nando”, conhecido por cometer assassinatos em série na Capital, levou menos de dois minutos para estrangular Jennifer Pereira dos Santos, de 16 anos, com uma correia de máquina de lavar roupa, em março de 2016. De acordo com o Promotor de Justiça Douglas Odegard dos Santos, ele afirmou, em depoimento à polícia, que a vítima, de tão pequena e franzina ‘rodou’ ao ser puxada pela corda.
Acusado de ter matado pelo menos 16 pessoas no bairro Danúbio Azul, entre os anos de 2012 e 2016, Nando foi ao seu quarto julgamento nesta quarta-feira (20). Conhecido por praticar justiça com as próprias mãos, consta no processo que ele teria assassinado a adolescente por vingança, após descobrir que ela tinha roubado uma calça jeans e uma camiseta preta de sua casa, para comprar drogas.
De acordo com os delegados Márcio Shiro Obaro e Aline Gonçalves Sinnott, responsáveis, respectivamente, pela DEH (Delegacia Especializada na Investigação de Homicídios) e Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), Nando, suspeitando da autoria dos furtos, teria convencido a vítima a ir com ele até região próxima ao lixão, na saída da BR-163, supostamente para comprar drogas, e lá a questionado sobre os roubos.
Ao receber a confissão da adolescente, ele teria ficado bastante nervoso e a enforcado. O comparsa Michel Henrique Vilela Vieira também participou do homicídio, imobilizando a vítima durante a execução do crime, e depois vigiando o local, enquanto Nando cavava o buraco e a enterrava. Ela foi sepultada de cabeça para baixo, assim como outras vítimas, no cemitério ‘particular’ do assassino.
- Saiba mais
- Serial Killer do Danúbio Azul será julgado nesta sexta
- Polícia Civil divulga vídeo de reconstituição para encontrar 8ª ossada do caso “Nando”
- Condenado a 38 anos, serial killer de MS enfrenta 4º Júri esta semana
- Polícia encontra mais duas ossadas de vítimas de esquema de tráfico e exploração sexual
- Policia encontra mais duas ossadas do caso “Nando”
- Acusado de estrangular mulher com correia, Nando diz que não conhecia a vítima
- Polícia encontra oitava ossada da rede de exploração de Nando
Durante interrogatório no júri desta quarta, Nando negou a autoria do crime e atribuiu o assassinato ao “Vasco”, seu amigo. Porém, de acordo com o promotor de justiça Douglas Odegard, Vasco é um personagem criado pelo criminoso, comum em seus depoimentos, mas que a partir de determinado momento, ele próprio assume os crimes.
Ainda segundo o promotor, durante as investigações, Nando teria indicado o lugar errado onde a vítima estaria enterrada, o que foi usado como prova pelo mesmo de que ele não teve envolvimento no crime. No entanto, após análises técnicas do solo na região, o corpo foi encontrado a cerca de cinco centímetros do lugar assinalado no primeiro momento.
O acusado já acumula 36 anos de condenação por assassinatos distintos nos três primeiros júris, e está preso no Instituto Penal de Campo Grande desde novembro de 2017. O Capital News está acompanhando o julgamento e em breve traz mais informações.