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Advogado de 38 anos Ilmar Renato Fonseca, conhecido como “Mamão”, representa MS na 17ª edição do BBB
Depois de Fael vencer a 12ª edição Big Brother Brasil, Mato Grosso do Sul tem um novo representante no BBB: o advogado de 38 anos Ilmar Renato Fonseca, conhecido como “Mamão”. Socialista, militante de direitos humanos e filiado ao PT há 20 anos, a história dele desafia tudo aquilo que se espera de um participante de um reality show. Ele mora em Campo Grande e promete chamar a atenção do público.
Desde o início, a trajetória de Mamão no programa é incomum. Ao contrário do que segue o script, o advogado não se inscreveu no BBB 2017. Ele foi escolhido por um “olheiro” em 2016, e só topou o desafio graças ao incentivo do filho, de 13 anos. Na ocasião, ele estava como chefe de cozinha na inauguração do bar Drama, quando uma pessoa ficou interessada no perfil “expansivo” dele e trocou contato. O local, que é reduto de artistas locais, mostra algumas das nuances do advogado: a boemia e o ativismo cultural.
Drama Bar/Reprodução Facebook
BBB foi descoberto por "olheiro" em 2016, quando trabalhava como chefe de cozinha na inauguração de um bar da Capital
Na verdade, ele sequer pensou que alcançaria a fama algum dia. O amigo de militância política Heubert Morinigo explica que, devido às causas que defende isto nunca foi uma prioridade para Mamão, apesar de ser conhecido no meio cultural e político local. “Nunca passou pela cabeça dele ser celebridade, porque quem tem um lado na política isto é secundário, não tem esse deslumbre para ser BBB, então nunca foi planejado, ele foi achado”, disse. O negócio ficou sério para Mamão quando ele notou em dezembro que estava na reta final do processo seletivo.
Nascido no interior de São Paulo, mas “pantaneiro de coração”, quem é próximo define a coragem como marca do BBB, o que explicaria as causas que defende. Ele é tão corajoso a ponto de ser advogado de povos indígenas em um estado onde a economia é baseada no agronegócio, situação que influencia diretamente na política local. Inclusive, ele foi um dos advogados que acompanhou a CPI do Cimi, criada para investigar se a entidade – uma das poucas defensoras das causas indígenas – incentivava ocupações.
A falta de papas na língua fez Mamão enfrentar o “poderoso chefão” de Mato Grosso do Sul: o ex-governador André Puccinelli. Conforme Morinigo, Mamão chamou o italiano de “golpista” na “cara dele”. No entanto, o lado corajoso não deve ser estereotipado como "insubordinado" [desobediente]. "É um cara extremamente solidário, e coletivista”, disse o amigo.
As causas que Mamão defende devem ficar claras ao público, já que segundo Morinigo, ele “é uma pessoa idealista e de posicionamento político claro, é inevitável que ele leve as pautas, se ele não levar não será ele”, disse o amigo, que conhece o advogado há 15 anos e foi uma das poucas pessoas que sabiam da participação no programa, segredo até esta quarta-feira (18).
Mas, da onde surgiu essa paixão pela política e por movimentos sociais? Tudo começou na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande. Aos 14 anos, Mamão era garçom Casa de Leis, ofício executado por cinco anos. Em contato com os bastidores, ele identificou seu lado e mergulhou no ativismo.
Essa experiência teve frutos concretos. Mamão é filiado ao PT desde 1996 e já atuou como assessor parlamentar do deputado federal Zeca do PT, do ex-vereador Alex do PT e do deputado estadual Amarildo Cruz, todos do partido. Também foi subsecretário da Juventude, e um dos “pais”, como diz Morinigo, do projeto “Bolsa Universitária”. Toda esta experiência quase o fez disputar uma cadeira no poder. Em 2016, ele foi pré-candidato ao cargo de senador pelo PT, só que desistiu da vaga para o presidente da Cassems, Ricardo Ayache.
Quem vê a militância política escancarada talvez não perceba outro lado dele: um homem culto e conquistador, que lê Fernando Pessoa e escreve poesia. Mas a dualidade não parece ser um problema para Mamão. As suas últimas leituras foram Darcy Ribeiro e Charles Bukowski, deixando claras as paixões. O amigo também o descreve como um pai presente. Divorciado há três anos, ele disse que o filho “é a razão de viver” do BBB.
Caso ganhe o prêmio do programa, que nesta edição será de R$ 1,5 milhão, uma das metas é investir na educação e bem estar do filho, além de pagar contas e estar confortável para continuar lutando pelas causas que acredita.
Apesar de “causar", Mamão promete ser um perfil estratégico. Conforme o amigo, ele já tem planejado do começo ao fim os passos que dará no programa, que também parece ter uma tática clara. Morinigo diz que, durante a seleção, foram feitas várias entrevistas e que o diretor do BBB, o Boninho, sabia bem o perfil de Mamão. “No processo de entrevista, o Boninho sabia que ele era filiado ao PT, advogado dos indígenas, a Globo tá fazendo algo proposital, será o BBB da treta”, finaliza.
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