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Economia Quarta-feira, 03 de Agosto de 2011, 19:15 - A | A

Quarta-feira, 03 de Agosto de 2011, 19h:15 - A | A

Artigo: Crise Mundial? E agora?

Da Redação

Ao longo dos últimos anos acompanhamos estarrecidos os processos de crise econômica que vêm passando os Estados Unidos e os países da União Européia. Desde 2008, com a crise imobiliária norte-americana são vistas cenas quase inimagináveis há alguns anos nestes países. Trabalhadores de classe média perdendo seus empregos e casas, por falta de pagamento, indo com toda família morar em acampamentos ou mesmo em carros, sem nenhuma perspectiva de reaver seus bens. Uma vez que suas atividades foram simplesmente suprimidas pela crise, pois não apenas os indivíduos estão em dificuldade, mas também a iniciativa privada e seus negócios. Países que primavam pelo bom atendimento às demandas sociais, prestando serviços públicos de excelência a toda população, agora seguem com toda velocidade à falência. Deixando a educação, a saúde pública e a segurança, por exemplo, totalmente de lado, aprofundamento ainda mais o abismo em que estes se encontram. Os governos, por sua vez, estão buscando meios para controlar esta situação, todavia, com suas medidas rigorosas de cortes de benefícios e investimentos públicos, podem acertas as contas do Estado e melhorar o cenário macroeconômico, entretanto, irão arruinar ainda mais as finanças da população. Tanto, que diariamente verificamos, através da mídia, as violentas manifestações de norte-americanos e europeus contra estes planos.

Nesse sentido, estes países, que até então, eram considerados portos seguros para os investimentos financeiros e para o desenvolvimento de atividades comerciais, onde empreendimentos de todo o mundo focalizavam seus esforços de produção para atender as crescentes demandas por coisas e serviços destas nações consumidoras, agora estão extremamente endividados e prestes a não pagar seus credores. Todo este quadro segue de um modo tão dramático, que até mesmo as teorias e conceitos que explicavam o sucesso econômico destes países precisarão ser revistos, ensinados e pensados de maneira diferentes daqui por diante. Assim, quais são os impactos deste cenário para o Brasil?

Especificamente, nosso país é considerado uma nação emergente e, juntamente com a Rússia, China e África do Sul formam ilhas de prosperidade e crescimento econômico em meio a toda esta crise. Todavia, mesmo com toda capacidade econômica é preciso tomar atenção e monitorar quais serão os próximos passos desta crise, pois, o Brasil, permanece essencialmente como exportador de matérias primas, entretanto, sem os países manufatureiros em operação e, sem o consumo esperado, podemos não ter para quem vender nossos produtos, fato que impacta diretamente nas cadeias produtivas locais e em nossas vidas, podemos em médio prazo trazer esta crise internacional para dentro de nossas casas.

O que devemos fazer neste caso? Poupança!

Tanto os indivíduos, quanto as empresas e mesmo os Estados devem possuir sua poupança, ou seja: recursos que não são gastos imediatamente a fim de servirem para investimentos ou utilização futura, em momentos de crise, por exemplo. Para tanto, é necessário que exista um superávit no orçamento e que os recursos sejam empregados de modo adequado, sem desperdício ou desvio de função. Portanto, uma das maiores crises que os países desenvolvidos estão passando poderia ser evitada com a mais tradicional forma de controle financeiro: gastar menos do que se arrecada. Esta é uma receita que pode ser adotada por todos, evitando um processo de “superendividamento” pessoal, institucional e até dos países. Por fim, é mais um indício de que estamos integrados ao mundo e que devemos fazer nossa parte a fim de evitar maiores problemas para nós mesmos. Poupança para por fim a possibilidade de que a crise chegue ao nosso Brasil.

Artigo de responsabilidade do Prof. Esp. Alexandre Honig Gonçalves, coordenador do curso de Relações Internacionais do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande.

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