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Economia Sexta-feira, 16 de Março de 2018, 10:10 - A | A

Sexta-feira, 16 de Março de 2018, 10h:10 - A | A

Negociação

Fibria e Suzano se unem e dão origem a gigante de celulose com valor de mercado de R$ 66 bi

Fusão das duas companhias forma uma empresa com 49% do mercado mundial, afirma o Valor Econômico

Flávio Brito
Capital News

Deurico/Capital News

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Após o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovar a consolidação entre Fibria e Suzano Papel e Celulose, as duas maiores produtoras mundiais de celulose de eucalipto confirmaram a combinação de seus negócios nesta sexta-feira (16). De acordo com as informações divulgadas pelo jornal Valor Econômico, a união das duas companhias forma uma empresa com 49% do mercado mundial. No Brasil, elas teriam cerca de R$ 66 bilhões em valor de mercado - a décima maior empresa da bolsa e quarta mais valiosa do setor industrial.

 

No fim da noite de quinta-feira (15), o BNDES comunicou a aprovação da consolidação entre Fibria e Suzano. Por meio da BNDESPar, o banco de fomento detém pouco mais de 29% de participação na Fibria e quase 7% na Suzano. “As negociações foram conduzidas em comum acordo com a Votorantim S.A., com quem a BNDESPar compartilha o controle da Fibria”, destacou o BNDES em nota. 

 

A instituição observou que vai receber "parte significativa" do pagamento por sua participação em dinheiro, ou cerca de R$ 8,5 bilhões, além de ações da companhia resultante, com a "perspectiva de valorização a partir dos ganhos sinérgicos e de produtividade advindos da transação". As sinergias de uma combinação entre Suzano e Fibria estão estimadas em mais de R$ 10 bilhões.

 

Acionistas minoritários vão receber dinheiro e ações nas mesmas condições dos controladores, que não foram detalhadas na nota do banco à imprensa.  O braço de participações do BNDES terá "participação relevante" na empresa resultante, mas será acionista minoritário.

 

“A operação garantiu o fortalecimento do mercado de capitais, conforme a missão do BNDES, e manteve uma empresa aberta no mercado brasileiro”, informa o banco. Além disso, foram negociadas melhorias de governança, incluindo uma política de indicação de conselheiros independentes.

 

A transação é garantida por um consórcio de bancos privados e o fechamento está sujeito à aprovação de agências antitruste. O BNDES informa ainda que o “fim das negociações encerra um ciclo exitoso” de participação na Fibria.

 

Detalhes da operação

A Suzano comprará a totalidade das ações da concorrente com dinheiro e ações. Pelo acordo, os acionistas da Fibria receberão R$ 52,50 por cada papel que detêm na maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, valor que  será corrigido pela variação do CDI desde 16 de março de 2018 até a data do seu efetivo pagamento, a ser realizado em uma única parcela na data da consumação da operação (“Parcela em Dinheiro”), e 0,4611 ação ordinária de emissão da Suzano (“Relação de Troca”), a ser entregue também na data da consumação da operação.

 

Além do reajuste pela variação do CDI, a Parcela em Dinheiro será reajustada em razão de dividendos, juros sobre o capital próprio e outros proventos declarados pelas Companhias, a partir da presente data, exceto pelos dividendos mínimos obrigatórios da Suzano e da Fibria já divulgados ao mercado. A Relação de Troca será ajustada proporcionalmente por eventuais desdobramentos, grupamentos e bonificações das ações de emissão da Suzano e da Fibria.

 

“Até a data da consumação da operação, as companhias não sofrerão qualquer alteração na condução de seus negócios, e permanecerão operando de forma independente”, informou a Fibria, em fato relevante. Está vetada a negociação com terceiros que possa vir a frustrar a união das duas.

Deurico/Arquivo Capital News

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