Campo Grande Terça-feira, 16 de Abril de 2024


Economia Quinta-feira, 07 de Junho de 2018, 12:43 - A | A

Quinta-feira, 07 de Junho de 2018, 12h:43 - A | A

Opção de Transportes

Greve dos caminhoneiros abre debate sobre alternativas no transporte ferroviário e hidrovias

Falta de investimento em outros setores de logística torna a economia refém das rodovias

Rogério Vidmantas
Capital News

A. Ramos/Arquivo Capital News

Greve deixa Estado em situação de emergência

Paralisação dos caminhoneiros

Nas últimas semanas, o transporte de cargas rodoviário foi altamente afetado pela greve dos caminhoneiros em protesto ao aumento dos valores dos combustíveis - principalmente da gasolina e do diesel.

 

Com esse movimento no Brasil inteiro, o desabastecimento causado pela paralisação dos motoristas de caminhão foi natural. O Governo ficou refém ao movimento e com isso abriu questionamentos da dependência de um único sistema de logística, neste caso, o transporte rodoviário.

 

A logística de distribuição de bens de consumo no Brasil é predominantemente realizada pelas estradas, sendo que as ferrovias e hidrovias não são exploradas pelo sistema, mesmo tendo um grande potencial.

 

Em 2015, o IBGE divulgou o mapa "Logística dos Transportes no Brasil" e revelou que 61,1% da carga transportada pelo país usa o modal rodoviário, ao passo que somente 21% utilizamos a malha ferroviária.

 

A pesquisa aponta que, historicamente, a malha ferroviária acompanhou a expansão da produção cafeeira até o oeste paulista do século XIX até o início do século XX. Porém, os principais eixos ferroviários da atualidade são usados para o transporte das commodities, principalmente minério de ferro e grãos provenientes da agroindústria.

Assessoria/Divulgação

Délia, Fiems e Governo se reúnem para discutir ferrovia

Projeto Ferroviario vai ligar o Porto de Santos a Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, passando por Corumbá, Campo Grande e Três Lagoas

 

No final de  2017, a reportagem do Capital News divulgou que a Ferrovia TransAmericana vai  integrar as economias do Brasil e da Bolívia passando por Mato Grosso do Sul e garantir o transporte de até 20  milhões de toneladas de carga para exportação. A primeira fase do projeto vai ligar o Porto de Santos a Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, passando por Corumbá, Campo Grande e Três Lagoas. Quando estiver concluído, vai permitir a ligação com o oceano Pacífico, permitindo o transporte de até 35 milhões de toneladas em commodities para a exportação, mas até o momento esse projeto continua na fase de estudos.

 

Hidrovias
As hidrovias, assim como as ferrovias, são predominantemente utilizadas para transporte de commodities, como grãos e minérios, insumos agrícolas, bem como petróleo e derivados, produtos de baixo valor agregado e cuja produção e transporte em escala trazem competitividade. A exceção é a região Norte, onde o transporte por pequenas embarcações de passageiros e cargas é de histórica importância. Além das hidrovias do Solimões/Amazonas e do Madeira, essa região depende muito de outros rios navegáveis para a circulação inter-regional. Outras hidrovias de extrema importância para o país são as hidrovias do Tietê-Paraná e do Paraguai, que possuem importante papel na circulação de produtos agrícolas no estado de São Paulo e da Região Centro-Oeste.

 

A logística do transporte no território brasileiro apresenta predominância de rodovias, concentradas principalmente no Centro-Sul do país, em especial no estado de São Paulo, segundo o Mapa da Logística dos Transportes no Brasil, o Governo Federal abrirá discussão sobre esses temas após a greve dos caminhoneiros para que o País tenha alternativas para o escoamento de suas riquezas.

Divulgação

Paraguai assumirá presidência temporária da hidrovia Paraguai-Paraná

Hidrovia Paraguai-Paraná

Comente esta notícia


Colunistas LEIA MAIS