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Economia Terça-feira, 30 de Janeiro de 2018, 10:48 - A | A

Terça-feira, 30 de Janeiro de 2018, 10h:48 - A | A

MSGás

Reinaldo teme perdas acima de R$ 400 mi do ICMS e nega plano de privatização

Governador participa de reunião sobre gás natural com autoridades da Bolívia

Flávio Brito e Esthéfanie Vila Maior
Capital News

 

Deurico/Capital News

Reinaldo teme perdas acima de R$ 400 mi em 2018 e nega privatizar MSGás

Autoridades bolivianas vieram à Campo Grande para tratar da venda direta de gás natural

Mato Grosso do Sul tenta garantir a compra direta de gás natural da Bolívia para atender empreendimentos instalados no Estado e permitir o aumento e manutenção da arrecadação de tributos sobre o insumo. Atualmente, a compra de todo o volume bombeado do país vizinho ao Brasil é feito pela Petrobras e a estatal, controlada pela União, reduziu a drasticamente a compra, derrubando a arrecadação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), por exemplo, em cerca de R$ 400 milhões no ano passado. 

 

Deurico/Capital News

Reinaldo teme perdas acima de R$ 400 mi em 2018 e nega privatizar MSGás

Governador Reinaldo Azambuja afirma que novo modelo de negócio vai beneficiar o Estado

“Esse encontro hoje é a continuidade das reuniões que nós já vínhamos fazendo para tratar dessa compra direta pelas empresas estaduais, que interessa a nós e que interessa ao Mato Grosso”, citou o governador Reinaldo Azambuja, durante o encontro de autoridades nesta terça-feira (30), em Campo Grande. A alíquota do ICMS para o gás natural comprado pela Petrobras, e que entra por Corumbá, é de 17%. 

 

De acordo com o governador, o objetivo é garantir que a Bolívia faça a venda do excedente de gás natural direto para a MSGás. A precificação segue a cotação do insumo no mercado internacional e é feita em dólar. Segundo o chefe do Executivo estadual, o modelo é vantajoso porque Mato Grosso do Sul já tem a garantia de demanda para o insumo. 

 

“Nós temos urgência nisso porque nós temos o projeto de uma termoelétrica em Corumbá, e isso é urgente para o governo. É um investimento de mais de R$ 1,5 bilhão”, exemplificou Reinaldo, acrescentando que seria possível ampliar a matriz econômica do Estado, apoiando-se na demanda de gás natural de outros empreendedores que hoje não tem a garantia de fornecimento. 

 

O desligamento das termoelétrica em virtude da melhora no nível dos reservatórios das hidrelétricas, para a geração de energia, também pode mexer na arrecadação, já que muitas térmicas são movidas à gás natural. “Eu vejo que pode ter uma perda até maior que o ano passado”, advertiu o governador, sobre a arrecadação do imposto. 

 

Privatização 

Questionado sobre a especulação de uma possível privatização da MSGás, o governador foi taxativo. “A pessoa que fala isso não sabe do que está falando. O que existe é um estudo por parte do BNDES para saber quanto vale a MSGás”, afirmou. “Não é só quanto ela vale, mas qual a perspectiva para o futuro, qual é a projeção que nós podemos fazer. Porque ela não é totalmente estatal. Ela tem 51% do governo do Mato Grosso do Sul, o restante é Petrobras, e já iniciativa privada. Nós temos sócios hoje privados na MSGás”, completou.

 

Além do valor de mercado da empresa, o BNDES deve dizer ao governo do Estado quais são as perspectivas para compra e venda de gás natural nos próximos 30 anos, detalhou Reinaldo. 

 

Uréia 

Outra possibilidade importante de negócios entre a Bolívia e Mato Grosso do Sul é a compra de uréia para abastecer as cooperativas do Estado, como é o caso da Coamo, que fez a inauguração de sua nova unidade em Sidrolândia. “A Bolívia está fabricando uréia e está colocando essa uréia em Corumbá”, explicou.  

 

A cooperativa investiu R$ 44 milhões na unidade, que tem capacidade para receber um milhão de sacas. O complexo foi construído em uma área de 33 hectares e conta com diversos silos, setor administrativo, agência bancária da cooperativa e pavilhão para armazenar insumos agrícolas, às margens da rodovia MS-162.

 

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