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ENTREVISTA Segunda-feira, 02 de Abril de 2012, 10:52 - A | A

Segunda-feira, 02 de Abril de 2012, 10h:52 - A | A

Presidente da Acrissul, Chico Maia fala sobre cancelamento dos shows e das novidades da Expogrande 2012

Natália Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Francisco Maia recebeu a equipe do Capital News para falar sobre as novidades da Feira Agropecuária Internacional, Expogrande 2012. Além disso, Chico comenta sobre a licença ambiental que não permitiu que os shows tradicionais não fossem realizados nesta edição da feira.

Nos últimos meses, o Parque foi proibido de realizar os tradicionais shows, criando uma polêmica no município, que ficou sem o local mais utilizado para a realização de eventos.

A Acrissul foi criada no dia 15 de janeiro de 1931 pelo Tenente César Bacchi de Araújo. Porém, a primeira feira foi realizada no dia 26 de agosto de 1933, com exposição de bebidas de Corumbá, artefatos de couro, redes e artesanatos de Cuiabá, Campo Grande e Três Lagoas. Da criação para os dias de hoje, a Acrissul passou por diversas mudanças e além da importância por representar o setor pecuário, que movimenta a economia do Estado, destaca-se pelo Parque de Exposições Laucídio Coelho, considerado o mais antigo de Campo Grande.

Chico Maia é produtor rural e empresário do setor de comunicação, e segue em seu segundo mandato como presidente da Acrissul.

Capital News: O presidente teve outro contato com a prefeitura após os shows na Expogrande 2012 ter sido suspensa?

Chico Maia: A questão do show para está exposição é um fato já superado, a cidade é testemunha da nossa luta, do nosso esforço para que fosse mantida a tradição e a cultura, mas infelizmente houve algumas incompreensões que não foi possível realizar o show. No ano passado os shows foram dentro de um acordo de terminar a meia noite, onde não teve nenhum tipo de problema, mas dessa vez não houve acordo. Para a atividade do agronegócio os shows são indiferente, ou seja, não traz nenhum prejuízo na realização dos leilões e exposições de gados, é apenas uma situação muito importante que nós valorizamos, a interação com o homem urbano e o homem rural, para nós sempre foi muito importante que todas as pessoas da cidade participassem da feira, para também ver o trabalho do produtor rural, onde nós lutamos até mais por isso do que pelo simples fato do lucro financeiro.

Capital News: Para o presidente quem vai perder com a exclusão dos shows?

Chico Maia: Quem vai perder com a ausência dos shows é o comércio da cidade, o show do Luan Santana ano passado teve um público de 67 mil pessoas, a maioria jovens, e quando esses artistas realizam apresentações esses jovens vem ver seu ídolo, parece que vem ver o namorado, então vão ao comércio comprar roupa, ficando em movimento com esses shows. Uma apresentação do Vitor e Leo, o pessoal vem namorar, gastar, e bomba a cadeia do comércio da cidade. A expogrande movimenta mais a cidade do que se nos tivéssemos na sede da Copa do Mundo, o nosso impacto do comércio seria maior do que o impacto de uma copa, porque se a Copa do Mundo tivesse aqui vinha time de terceira divisão e não grandes seleções, e na Expogrande participa 400 mil pessoas com uma grande grade em uma exposição, e será que teríamos 400 mil pessoas em um Copa do Mundo?

Capital News: Já tinha algum show confirmado para esta edição?

Chico Maia: Todos os shows já estavam confirmados, uma grade fantástica. Gustavo Lima, Vitor e Leo, Paula Fernandes, Eduardo Costa, Skank eram uma das atrações fechadas, e ainda tinha uma bateria de shows já confirmados que nós tivemos que cancelar.

Capital News: O que será realizado de entretenimento na Feira Agropecuária para este ano?

Chico Maia: Nesta segunda-feira (2) de abril, será o lançamento da feira, às 20h haverá uma homenagem ao ex-governador Pedro Pedrossian com o lançamento do selo dos Correios. Na parte de entretenimento feira terá parque de diversão, restaurante, barracas das Universidades com música ambiente até as 2 horas da manhã, bar temático a pedido do agronegócio, feira de miniaturas de gado para as crianças, programação com a rede pública de ensino e os portões serão abertos, onde toda a família pode ver e prestigiar a feira.

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Chico Maia fala sobre os problemas que a Acrissul enfrentou neste ano.
Foto: Deurico/Capital News

Capital News: Quais os leilões que estão confirmados para este ano?

Chico Maia: Serão apresentados 48 leilões, entre eles, de gado, eqüino, bovino, gado de leite, gado de corte, gado de touro, gado de cavalo, gado de elite, onde é a maior feira de comercialização de gado de corte do mundo. A feira será em dois turnos do dia 12 ao dia 7 e os pavilhões serão preenchidos com gado Zebu e do dia 17 ao dia 22 gado de leite, e europeu.

Capital News: Quais os apoios que a Expogrande 2012 terá neste ano?

Chico Maia: Este ano como todos os outros temos o apoio da prefeitura de Campo Grande, do governo do Estado, patrocínio do Banco do Brasil, Bradesco, da Empresa de Energia Elétrica de Mato Grosso do Sul (Enersul), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul.(Famasul), Federação das Industrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), Indústria Ativa, Real H, Petrobras, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Governo Federal.

Capital News: Quais os planos para 2013?

Chico Maia: Ano que vem teremos o novo prefeito e nós iremos continuar por que nós temos a licença ambiental para fazer a feira, nós não temos a licença ambiental para fazer o show, mas eu acredito que nós continuaremos a persistir nessa licença ambiental para ter a possibilidade das apresentações, vai ser a mesma luta, mas com mais antecedência e vamos procurar o entendimento. Nas 74 edições da feira, já teve exposição sem show, mas nos últimos 20 anos é a primeira que não tem show, antigamente nós não tínhamos esses grandes shows, mas tinha os bailes com shows artísticos, não existia ainda esses mega produção, isso não fazia parte da nossa cultura, e como Mato Grosso do Sul se tornou a terra dos grandes ídolos, por que não apresentá-los.

Capital News: o Sr. Teria pretensões de continuar como presidente da Acrissul após o término do seu segundo mandato?

Chico Maia: Não pretendo continuar porque é muita doação, estou no segundo mandato e já nem era o meu propósito estar como presidente da Acrissul hoje, deveria estar outro, mas teve circunstâncias que fez com que o nosso grupo achasse que eu continuasse por mais um período.

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Chico Maia conta das outras diversões que o parque terá além ds shows que foram cancelados.
Foto: Deurico/Capital News

Capital News: Existem mágoas, após a luta da realização dos shows na Expogrande 2012?

Chico Maia: Uma das minhas características é que luto sempre naquilo que eu acredito, sou uma pessoa de convicção e os homens de convicção não podem ser considerados como pessoas teimosas. Na verdade essa entidade não tem característica de subsidência, os homens que já passaram na presidência da Acrissul, que foram importantes para o Estado trás as características de não aceitar facilmente as coisas, de repente um promotor acha que não deve ter show, nós temos que saber o porquê, até mesmo que nós fizemos uma pesquisa nos bairros entorno da sede, onde 82% da região querem os shows, então acho que houve uma incompreensão, que houve excesso por parte de quem preside, e houve um pouco de falta de compromisso com nós produtores rurais que ajudamos tanto o Estado. Nós somos o setor da economia que mais contribui pela economia de MS, mesmo assim faltou um pouco de entendimento, embora nós reconheçamos que o governador do Estado se empenhou para tentar resolver mais não foi o suficiente, mas a prefeitura não nos deu a licença.

Capital News: Como estão os produtores rurais diante dos shows que não serão apresentados?

Chico Mia: O produtor que expõe aqui, como seu Lúdio Coelho que foi um dos grandes líderes da feira, foi presidente, prefeito, me lembro até hoje ele falando para mim: Chico Maia a feira tem que ter show, porque o produtor rural é sempre um homem mal visto nas horas das grandes crises sempre coloca a culpa no produtor rural pelo fato dele ser fazendeiro, o show que aproxima esse grande público de nós, por isso que é importante a presença desse público durante a feira e é legal quando você vê 60 mil pessoas vendo um show e participando da feira.

Capital News: Uma das propostas do segundo mandato do presidente, era do projeto Shopping Rural, como está seguindo este projeto?

Chico Maia: O projeto deve começar logo depois da feira, como nós estamos ficando com as áreas bem restritas e o pátio ficando muito central, vamos fazer com que os pavilhões, empresas, associações, escritórios de prestações de serviços, onde tudo é voltado para o agronegócio, fazer com que as pessoas que procuram os utensílios e soluções para o agronegócio achará em um só local. A ideia é transformar tudo isso em um grande shopping rural. Já temos a ideia e agora precisamos começar a implantar e vender os espaços para as empresas, as associações, onde todo mundo tem que ter um certo investimento para se adequar ao espaço. A ideia foi aceita por empresários, produtores, pois é importante que os produtores se encontrem em um local para trocar idéias, trocar experiência, discutir mercado, ver ações. Antigamente existia em Campo Grande o bar do Zé, todo mundo se encontrava no bar do Zé para saber o que fazer da pecuária, aqui você também vai ter um lugar que o produtor se encontre e realize negócios.

Capital News: A expogenética vai continuar neste ano?

Chico Maia: A expogenética continua sim e com força total, ela estará constantemente durante os 10 dias de feira, com pavilhões reservados. Hoje é uma tendência para a feira, onde daqui a uns três anos vai estar em alta.

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O presidente da Acrissul diz que não pretende continuar no cargo.
Foto: Deurico/Capital News

Capital News: Quais as expectativas para Expogrande 2012 ?

Chico Maia: A frase que está na recepção da sede explica bem tudo que nós vivemos que diz: “A cultura não deve sofrer nenhuma coerção por parte do poder político, econômico ou jurídico, mas ser ajudado por um e por outro em todas as formas de iniciativas públicas e privadas conforme o verdadeiro humanismo, a tradição e o espírito autêntico de cada povo”. Onde só aqui que não pode ter show, falta de grandeza, falta de compromisso, quem tem que promover a diversão e a cultura são os políticos, nós não somos políticos então não temos que ficar brigando por isso. Acho ainda, que as eleições serão em breve, tem vários candidatos, e quem sabe isso participe dos debates por que os shows musicais faz parte de uma cidade que tem a cultura rural, a cultura sertaneja, e eu acredito que o futuro prefeito também possa ter uma visão diferente com a administração.


Por Natália Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

 

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jaime Bezerra de Melo 09/04/2012

Muitas vezes, quem proibe, o faz sem conhecimento de causa, mas porque fulano ou sicrano não gosta, então, quem de direito se acha no dever de atender aquela manifestação, que normalmente representa a minoria, ou não simpatizante ou ate mesmo antisocial. acredito mesmo que quem toma essa atitude, deve ser uma pessoa bastante antisocial. é semelhante a quem defende o meio ambiente sem conhecimento de causa. Tambem se assemelha à aqueles que são contra os trangenicos, mas se lá fora são aceitos, porque não, no Brasil

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