A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem novo presidente. Pelo menos pelos próximos 90 dias. Nesta sexta-feira (15), o Comitê de Ética da Fifa puniu Marco Polo Del Nero com três meses de suspensão. Durante esse período, ele não poderá participar de quaisquer atividades relacionadas ao futebol tanto no Brasil como no exterior.
Segundo o comunicado divulgado pela Fifa, a punição de Del Nero pode ser prorrogada por mais 45 dias. A decisão foi tomada a pedido da câmara de investigações do Comitê de Ética, que apura irregularidades cometidas por Del Nero. O motivo do banimento temporário do dirigente brasileiro, porém, não foi informado.
O afastamento de Del Nero reconduz à presidência interina da CBF o primeiro vice, Coronel Nunes. O mandato do presidente afastado termina em abril de 2019 e, um ano antes poderá ser marcada uma nova eleição.
Investigado
Acusado de integrar esquema de corrupção e lavagem de dinheiro em contratos de transmissões televisivas de competições da América, Marco Polo Del Nero vem sendo investigado pela justiça dos Estados Unidos, mas como não há acordo internacional entre a justiça americana e brasileira, o dirigente não tem participado dos depoimentos, em Nova York.
Nesta quinta, a defesa do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, disse que era Del Nero que comandava, de fato, os esquemas ilegais da entidade e Marin seria apenas figura decorativa. “Meu cliente podia até ser o presidente, mas não era ele quem mandava. Tanto que quem foi eleito para o comitê executivo da Fifa foi o senhor Del Nero, quando em geral esse cargo é ocupado pelo presidente da federação. Não podia ser mais claro seu papel marginal em tudo isso", argumentou o advogado de Marin, Charles Stillman.
Após os depoimentos com acusações contra Del Nero, a comissão disciplinar da Fifa cobrou do presidente da CBF explicações sobre o seu suposto envolvimento com propinas. Ex-executivos da Traffic e Torneos, que tinham direitos de competições, acusaram Del Nero de receber subornos por contratos, valores que chegariam a US$ 6,5 milhões (R$ 21 milhões na cotação atual), o que ele nega.