Maior vencedor do futebol sul-mato-grossense, o Operário FC completa mais um ano de vida neste sábado (21), mas os anos de glória ficaram no passado e o clube passa por mais uma data comemorativa tentando se reencontrar. O último título foi o Campeonato Estadual em 2018 e mais uma vez o momento é de planejar o futuro.
Fundado em 1938, o Operário surgiu como uma ruptura social, com objetivo de praticar o futebol entre cidadãos das classes populares, já que, na época, o esporte era uma prerrogativa da elite. Desde o início, com o fundado Plínio Bittencourt, até a década de 70, o Galo foi um clube amador e, quando veio a profissionalização, chegaram os títulos e o reconhecimento em todo o Brasil.
Antes da separação do Estado, foi tricampeão mato-grossense entre 1976 e 78. No período, deixou grandes do futebol brasileiro para trás e foi semifinalista, caindo para o São Paulo, que terminou campeão. O confronto entre os dois é motivo de reclamação até hoje pelos torcedores da época. No jogo de ida, o Tricolor venceu por 3 a 0 e, na volta, o Galo até venceu, mas o placar por 1 a 0 foi insuficiente para chegar à decisão. Nos anos seguintes, boas campanhas também em 1979, com a quinta posição, e 1981, sétimo.
Em 1982, o Galo representou o futebol brasileiro em um torneio internacional na Córeia do Sul. Disputado por dez clubes, a President Cup, onde o Operário venceu clubes como Bayer Leverkusen, da Alemanha, e o PSV da Holanda. Na decisão e o time sul-mato-grossense ficou com o título ao empatar com a Seleção da Coreia do Sul, motivo de orgulho para os torcedores.
Voltando ao cenário nacional, o Galo foi destaque em 1987, ano em que o Campeonato Brasileiro foi disputado em módulos. Integrante do Módulo Branco, chegou na decisão e conquistou o título sobre o Paysandu-PA. Depois, com a criação do Clube dos 13 e a segregação de boa parte das equipes médias e pequenas do Brasil, o Operário perdeu força e não conseguiu mais se firmar nas divisões nacionais.
No Estado, porém, seguiu soberano. Se tornou o maior campeão sul-mato-grossense, dominando as décadas de 80 e 90. Em 1997, venceu o Campeonato Estadual e, depois, passou por um logo período de incertezas, com afastamentos, tentativa de retorno, rebaixamento, novo afastamento. Até que, em 2014, já sob a gestão Estevão Petrallas, voltou ao futebol profissional. Não teve sucesso no primeiro ano, mas conseguiu o acesso no ano seguinte. De volta a primeira divisão em 2016, foi semifinalista, resultado que repetiu em 2017, culminando com o título de 2018, após 21 anos sem levantar a taça.
De lá para cá, três estaduais com quedas prematuras por erros dentro e, no caso de 2020, fora de campo, com a escalação de jogador suspenso nas quartas de final contra o rival EC Comercial. Para 2022, nova promessa de ressurgimento e busca por luz também no futebol fora dos limites do Mato Grosso do Sul.