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Terça-feira, 27 de Setembro de 2016, 16h:43

Saúde de qualidade é uma das grandes prioridades da gestão, afirma Rose

Em 2008, Rose foi eleita vereadora de Campo Grande com 7.536 votos

Edyelk dos Santos e Juliana Brum
Capital News

O jornal Capital News deu início nesta semana a uma série de entrevistas com candidatos à prefeitura de Campo Grande. As entrevistas são compostas pelo perfil de cada candidato e suas ideias em relação aos principais temas ligados à administração municipal.

Deurico/Arquivo Capital News

Rose Modesto

Rose Modesto


A vice-governadora Rose Modesto de Oliveira tem uma trajetória marcada pela transformação que só a educação e o esforço permitem. e pauta sua atuação política nestes princípios. Nasceu em uma família humilde, de trabalhadores rurais, em Fátima do Sul, em 20 de fevereiro de 1978. Mudou-se para Campo Grande em 1984, pois os pais queriam que os filhos tivessem melhores oportunidades. Aluna bolsista na Universidade Católica Dom Bosco, conquistou seu diploma de bacharel em História. Após sua formação, começou a fazer trabalhos sociais na escola Padre Thomas Girardeli, onde criou o projeto “Aprendendo com música” e, posteriormente, o projeto “Tocando em Frente”.

Em 2008, foi eleita vereadora de Campo Grande com 7.536 votos. Em 2012, reelegeu-se, sendo a segunda mais votada, com 10.813 votos. Em 2014, foi eleita vice-governadora de MS, ao lado do governador Reinaldo Azambuja, em uma campanha que representou o desejo de mudança e de uma nova política no estado. No governo, ela acumulou o cargo de secretária de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), onde, em apenas 15 meses, aumentou significativamente o repasse para entidades da Assistência Social, de 12 em 2014 para 44 entidades em 2016. Ações da subsecretaria garantiram a inserção de MS no Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial – SINAPIR, resultando em mais recursos para a área da Igualdade Racial.

Capital News - Porque você quer ser prefeito de Campo Grande?


Rose Modesto - Não é "por que" eu quero ser prefeita de Campo Grande, mas sim "para quem" eu quero ser prefeita. O que me motiva a ser prefeita é saber que dá para fazer mais pela população de Campo Grande, que precisa de uma saúde de qualidade, com remédios e médicos nas unidades de saúde, além de oportunidades de emprego, estudos, mobilidade urbana e uma moradia digna. Eu sei que é possível recuperar a cidade e retomar o crescimento. O que falta, atualmente, é planejamento, gestão e eficiência. Por isso, eu tenho uma equipe que criou meu Plano de Governo comigo, cada um dando o seu melhor em sua especialidade. Tenho vice-prefeito com experiência em desenvolvimento econômico e geração de empregos, que é o Cláudio Mendonça, diretor superintendente licenciado do Sebrae. Nós sabemos da situação de crise que o País enfrenta. Não tem dinheiro sobrado, mas é possível fazer mais pela saúde, educação, segurança e desenvolvimento com o dinheiro que já existe. Eu sei que posso obter parcerias, com o governo do Estado, com o governo federal e com as bancadas estadual e federal de deputados, para retomar projetos e captar recursos para recuperar a Capital. Vamos parar de falar sobre ruas esburacadas e vamos voltar a sonhar, trabalhando em busca de uma saúde de qualidade, educação, segurança pública, geração de empregos e crescimento econômico.

CN - Qual é a visão que você tem da Capital hoje e o que faria diferente para coloca-la em ordem?


Rose Modesto - Campo Grande está parada. Não há projetos novos. Milhões de reais em recursos públicos encontram-se congelados. Temos 27 Ceinf’s (Centro de Educação Infantil) inacabados, entre obras paralisadas e prédios que nem saíram do papel. O mínimo não está sendo feito, e é por isso que as ruas estão esburacadas, causando acidentes, prejuízos e até mortes no trânsito. Para fechar buracos, existe um gasto médio de R$ 10 milhões. Com esse dinheiro, já seria possível recapear as ruas. Isso é gestão. O dinheiro gasto em fechar buracos poderia estar sendo investido na saúde, na educação, na segurança pública. Então, nosso objetivo é fazer um choque de gestão, para entender melhor onde estão sendo aplicados os recursos da prefeitura e direcionar os investimentos de maneira inteligente. A prefeitura não tem transparência, é a última colocada no ranking nacional das capitais, por isso fica difícil entender completamente onde está o dinheiro público. Nós sabemos apenas que, atualmente, 92% do orçamento é gasto com a máquina pública, e sobra pouco para investir na saúde, educação e outras áreas importantes. É preciso enxugar os gastos com máquina pública, para investir mais no que é prioridade. Também vamos buscar parcerias, porque não dá para fazer tudo sozinho. Vamos lutar por recursos estaduais e federais.

CN - Eleito qual é as suas 3 prioridade da sua gestão?


Rose Modesto - Nós vamos priorizar o que é importante para a população. No Pensando Campo Grande, em que ouvimos mais de 45 mil campo-grandenses, ficou claro que as pessoas consideram a saúde a área mais importante. Nossa meta é reestruturar a saúde, valorizando os profissionais do setor, e investir na saúde básica, para desafogar a fila de espera dos leitos dos hospitais. Lembrando que não iremos terceirizar a saúde. Também pretendemos priorizar a segurança pública, equipando e qualificando nossa Guarda Municipal e promovendo sua integração com as forças policias estaduais. Com base em um mapeamento das regiões mais violentas da cidade, criaremos os Territórios da Paz, que receberão maior policiamento e investimento em projetos de cultura e esportes em praças e parques. Educação também é uma grande preocupação do meu Plano de Governo. Nós vamos terminar as obras inacabadas dos Ceinfs (Centro de Educação Infantil), abrindo assim cerca de 5 mil vagas para crianças nas creches e na pré-escola. Com planejamento e gestão, nossas crianças terão merenda e kit escolar no começo do ano. Este é o nosso compromisso: vamos priorizar o que é importante para a população.

CN - Como seria sua relação com a Câmara de vereadores?


Rose Modesto - Os poderes executivo e legislativo precisam trabalhar em harmonia. Nós sabemos que, atualmente, está acontecendo uma disputa eleitoral. Mas depois das eleições, as rivalidades políticas devem ficar no passado. A partir de 1º de janeiro de 2017, vereadores e prefeito precisam trabalhar juntos por Campo Grande, seja qual for o partido ou coligação. É dessa forma que pretendo trabalhar com a Câmara de Vereadores. Afinal, eu já fui vereadora durante 6 anos, e sei da importância do Legislativo. Eu sei, por experiência, como esses poderes precisam estar alinhados, abertos para o diálogo, para que as coisas funcionem e o município avance. Então, minha relação com a Câmara será de trabalho, diálogo e respeito.

CN - Qual a sua opinião sobre cargos e salários de comissionados?


Rose Modesto - Atualmente, dos 22 mil servidores municipais, cerca de 1.000 são comissionados. Estes servidores devem trabalhar alinhados com a estratégia da prefeitura para cada uma das áreas. Eles têm de colaborar com os servidores de carreira para entregar os resultados que a população espera.


No nosso entendimento, os servidores de carreira e os comissionados devem estar comprometidos com o atendimento das prioridades da população e, neste sentido, precisamos capacitá-los para que adquiram as competências desejadas para a execução de um trabalho de excelência.


Nós não concordamos é com o uso dos comissionados apenas para contemplar fins políticos sem o compromisso com a população. Isso não pode mais acontecer.


Precisamos de bons técnicos, bons especialistas, pessoas comprometidas com as entregas desejadas pela população. Afinal, todos estão trabalhando e recebendo seus salários como resultados da arrecadação de impostos que a população paga.

 

 

 

CN - O que a Senhora acha da queda da Dilma? E o que a senhora espera do Governo Temer?


Rose Modesto - Todo processo de impeachment seguiu os ritos da Constituição Federal, inclusive, foi presidido pelo presidente do STF. Portanto, não há muito mais o que dizer. Quanto ao governo Temer, temos de ter a esperança de que possa governar buscando recuperar a economia, os empregos, fazer o país andar novamente.