Um artigo acadêmico publicado por Pesquisadores do Mestrado em Biologia Animal da UFMS registrou a primeira espécie hematófaga de morcego em Campo Grande. Os “morcegos vampiros” como são conhecidos, alimentam-se exclusivamente de sangue de animais vertebrados. O artigo foi desenvolvido por Gustavo Graciolli, professor e pesquisador na UFMS, o mestrando da UFMS, Gustavo Urbieta, e a aluna de graduação em biologia da UCDB, Thawane Yvin Sanches de Siqueira.
De acordo com o os autores, a espécie encontrada, se trata de um Diaemus youngi, que utiliza preferencialmente o sangue de aves em sua dieta e é considera uma espécie rara em todo o território nacional.
O morcego foi encontrado na área de estudo do Instituto São Vicente, localizado na Capital. O local é caracterizado por ser um remanescente de Cerrado dentro de área urbana.
A espécie foi capturada em novembro de 2016, com a licença permanente emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) e depositado na Coleção Zoológica de Referência (ZUFMS).
Segundo os pesquisadores, o morcego foi identificado como D. youngi, macho e adulto por conta da ausência de calcanhar e ausência de calda. Os autores relatam que outra característica que distingue a espécie encontrada dos outros morcegos vampiros são as pontas das asas e das orelhas que são brancas, assim como a membrana entre o segundo e terceiro dedo.
De acordo com os pesquisadores a presença da espécie D. youngi em área urbana de Cerrado talvez seja por conta da destruição de cavernas, habitat, e desmatamento em áreas próximas, o que pode fazer com que esses morcegos habitem novos ambientes urbanos.
O Brasil é o segundo maior país da América do Sul em diversidade de espécies de morcegos, sendo registradas até o momento nove famílias, 68 gêneros e 178 espécies. No mais recente Cheklist de morcegos de Mato Grosso do Sul, foram registradas 74 espécies de morcegos pertencentes a 42 gêneros e sete famílias.
O artigo foi publicado no periódico Check List: Journal of Species Lists and Distribution e pode ser consultado na integra através do link: https://www.biotaxa.org/cl/article/view/13.3.2128