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Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2017, 18h:33

Maníaco da Cruz aguarda transferência após pedido feito por juiz

Situação do interno está “irregular e ilegal”, afirma magistrado sobre permanência do jovem no Instituto Penal de Campo Grande

Flávio Brito
Capital News

Reprodução

Dhionatan Celestrino, maníaco da cruz

Dyonathan Celestrino, de 26 anos

 

“Não há como ‘tapar o sol com a peneira’, ou seja, se o Estado não dispõe de local apropriado para recuperação de doentes mentais, não pode introduzi-los no sistema penitenciário, especificamente na ala de saúde, porque lá não é local apropriado para recebê-los”, escreveu o juiz da 1ª Vara de Execução Penal, Caio Márcio de Britto, em despacho sobre a permanência de Dyonathan Celestrino, de 26 anos,  no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande).  O caso voltou a ser notícia esta semana, após a divulgação da movimentação no processo. 

 

O rapaz está internado  O magistrado pede a transferência imediata do jovem, “sob pena de responsabilidade, a qual não poderá e nem deverá recair sobre este juízo”. 

 

Dyonathan ficou conhecido como Maníaco da Cruz em 2008, quando aos 16 anos, matou três pessoas. Ele foi apreendido e já cumpriu a medida socioeducativa imposta pela Justiça. Devido às condições psiquiátricas, determinadas em laudos médicos, que atestaram que Dyonathan oferece risco à sociedade, ele não ganhou a liberdade e permaneceu no IPCG - que é uma unidade anexa ao Presídio de Segurança Máxima.

 

“Ao que se verifica, a situação do interno está irregular e ilegal. O estabelecimento penal onde se encontra, ainda que tenha local destinado à saúde, não é apropriado para receber pessoas acometidas por deficiência mental que não tenham sobre si qualquer acusação ou condenação criminal”, conforme o teor despacho publicado. 

 

 

Dyonathan não tem condenação atual para ser mantido preso no sistema penitenciário estadual e, até o momento, o Estado não disponibilizou um hospital psiquiátrico que pudesse o receber com segurança e sem colocar em risco os outros pacientes.

 

“A Agepen já foi notificada, bem como a 2ª Vara da Família de Campo Grande e Covep (Coordenadoria das Varas de Execução Penal). A agência penitenciária aguarda decisão do juízo competente para as devidas providências. Destacamos que, no IPCG, o interditado participa de atividades de reinserção, inclusive cursa graduação EAD (Ensino à Distância) em Gestão Ambiental. Também é acompanhado por uma médica psiquiatra da Secretaria Estadual de Saúde, bem como por uma equipe multidisciplinar do setor de saúde da unidade prisional", divulgou a Agepen em nota enviada à imprensa.