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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou, nesta quarta-feira (7), uma fazenda do coronel João Baptista Lima, amigo do presidente Michel Temer e acusado de receber R$ 1 milhão de propina da JBS nas eleições de 2014. Localizada em Duartina (SP), a propriedade já havia passado pelo mesmo ano passado e em maio de 2016, conforme informações divulgada pelo jornal O Globo. O MST pede que a área seja destinada à reforma agrária.
Em depoimento prestado à Polícia Federal (PF) em 16 de fevereiro, o ex-diretor da J&F Ricardo Saud afirmou que, embora esteja em nome de uma empresa do coronel Lima, a Argeplan, a fazenda pertence de fato a Temer. O fato teria sido relatado, segundo o delator, pelo deputado federal Paulinho da Força (SD). Temer nega ser o dono do imóvel. Paulinho disse que o comentário a Saud pode ter sido feito em “tom de brincadeira”, segundo matéria da publicação carioca.
Segundo o MST, cerca de 350 sem-terras participam da ocupação desta quarta-feira. A polícia não confirmou o número de pessoas que entraram na propriedade. A ação integra a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra. De acordo com Joana Costa, uma das dirigentes do movimento, “esta e todas as áreas adquiridas por corrupção devem ser destinadas para reforma agrária”, conforme entrevista divulgada por O Globo.
Em nota divulgada sobre a ocupação, o MST lembra ainda a quebra dos sigilos bancários e fiscais solicitados pelo ministro Luis Roberto Barroso, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).