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Terça-feira, 10 de Abril de 2018, 19h:15

Precisamos gostar de ler

Por Walber Gonçalves de Souza*

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A invenção da escrita, por volta de 4.000 a.C. pelos povos Sumérios, é um marco na história da humanidade; com ela e a partir dela os rumos da nossa trajetória no planeta tomaram uma nova direção, ao ponto de afirmarmos que o desenvolvimento de qualquer país passa justamente pelas funções e objetivos a ela estabelecidas.

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Walber Gonçalves de Souza

 

 

Um dos critérios usados para a otimização do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que indica a qualidade de vida de pessoas em seus determinados países, é o justamente o grau de escolaridade dos seus membros, e isto quer dizer também saber ler e escrever.

 

Mas será que saber ler e escrever basta? Será que saber ler e escrever é o suficiente para o desenvolvimento de uma nação? Será que saber ler e escrever é o necessário para o aperfeiçoamento humano? Confesso que tenho andado inquieto e num estado reflexivo sobre estas questões.

 

Como professor tenho observado que as políticas públicas/pedagógicas, que se desenvolvem há décadas nas escolas, independente do teor da qualidade, buscam ensinar as crianças a ler e escrever, como se isto bastasse. Pois na realidade são pouquíssimos os alunos que gostam de ler, que criam o hábito da leitura, que navegam nas páginas dos livros.

 

Este cenário nos mostra que algo está equivocado. É preciso enxergar o que está acontecendo. Aprende-se a ler e escrever, mas não se escreve e nem tão pouco se lê. Fazendo uma analogia, seria igual àquela pessoa que tira carteira de motorista, compra um carro, mas não dirige ou raríssima vez o faz, todavia, sempre de forma insegura.

 

Uma nação de letrados, de alfabetizados, pode servir para engordar os números estatísticos, engrandecer os índices governamentais, mas para se transformar de fato em qualidade de vida requer um passo a mais, que significa não só saber, mas fazer. No caso específico deste texto, não só saber ler, mas gostar e habituar-se à leitura.

 

Ainda somos uma nação que lê pouco, a média per capta de livros lidos por cada um de nós ainda é muito baixa em relação aos países desenvolvidos. Mas o que precisa ser feito para que este quadro seja revertido? O que devemos fazer para que as crianças, os alunos e os adultos gostem de ler? Que algo está errado e precisa ser reavaliado acredito que não há dúvida.

 

Somente com o hábito da leitura, conseguiremos enxergar novos horizontes, sairemos da obscuridade da alma, nos tornaremos mais tolerantes, amáveis, cordiais, líderes de si mesmo e porque não dizer também dos rumos da nação. A leitura nos leva ao confronto das ideias, a formar novos pensamentos, a abrir a mente para novas possibilidades.

 

Quando o hábito de ler se tornar uma realidade não há dúvidas que a nossa nação nunca mais será a mesma. Oxalá este dia chegue rápido!

 

 

*Walber Gonçalves de Souza

Professor e membro das Academias de Letras de Caratinga (ACL), Teófilo Otoni (ALTO) e Maçônica do Leste de Minas (AMLM).