Mais de uma em cada quatro mulheres brasileiras apresenta sintomas de depressão pós-parto. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Escola Nacional de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O estudo entrevistou 23,8 mil mulheres, entre 6 e 18 meses após o parto.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a média de casos de depressão pós-parto em países de baixa renda é de 19,8%. No Brasil, o índice é de 26,3%.
Wity Prado, 32 anos, consultora de imagem e estilo, faz parte dessa estatística. Quando descobriu que estava grávida do primeiro filho, precisou ficar três meses de repouso absoluto. “Foi difícil, porque sou muito ativa. Isso abalou meu emocional e tive depressão pós-parto quando ele nasceu. Fiz terapia, tive o suporte dos meus pais e consegui me reerguer aos poucos”.
A consultora costuma brincar e dizer “sou meu maior caso de sucesso”. Com o nascimento da segunda filha, Wity terminou o relacionamento que tinha com os pais das crianças e decidiu mudar sua imagem. Fez reeducação alimentar, emagreceu 18 quilos e participou do curso de reciclagem de consultoria. “Apliquei em mim antes de retomar meu trabalho”, conta.
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Após ter depressão pós-parto, Wity fez reeducação alimentar e emagreceu 18 kg
Para ela, o processo se inicia durante a gestação. “A indisposição, o inchaço e o aumento de peso muitas vezes ganham da auto estima. Já o pós-parto é uma fase de mergulho num universo novo, que exige muita dedicação. Noites sem dormir, falta de rotina, acumulo de tarefas fazem com que as prioridades da mulher, naquele momento, sejam outras e ela passa a não cuidar de si”, explica. “Durante o puerpério, é mega compreensível. Depois já é possível voltar a olhar para si com mais carinho” acrescenta.
A consultora comenta que não precisa de muito para mudar essa situação “Um auxílio, divisão de tarefas para que ela possa fazer uma refeição, tomar um banho tranquila, tirar um cochilo, fazer as unhas, ter seus momentos. A mãe necessita de um olhar especial para se sentir bem, para amamentar, dar amor, cuidar”, afirma.
Atualmente, Wity realiza consultoria e dá palestras para mães. Entre os temas, aborda o resgate da mulher. “Muitas vezes, diante de tantas mudanças na vida profissional, pessoal, corporal e amorosa, ela já nem sabe mais quem é”, comenta.
Ela orienta as mães no processo de redescoberta de si mesma. “É analisar o que quer, do que gosta, o que ficou para trás e o que pode vir pela frente. A gente precisa ‘rir’ disso tudo, ao invés de negativar ou julgar. É preciso reconstruir juntas a imagem e o estilo de dentro para fora. Temos que ser o princípio de tudo, se amar para dar amor, se cuidar para cuidar de alguém”.
Wity explica que o primeiro passo é querer mudar a atual situação. “É necessário parar de criar seus próprios obstáculos, como a desculpa de falta de tempo. É clichê, mas quem quer, dá um jeito. Se o bebê pede colo e você não consegue se maquiar, é possível usar um sling e ter as mãos livres, por exemplo”.
De acordo com a consultora, não hesitar em pedir ajuda também é importante para ressignificação. “Se não conseguir sozinha, peça auxílio de amigas, de profissionais, me chama”, aconselha.
Para as mamães que ainda estão nesse processo de redescoberta, Wity deixa a dica: “Para aquelas que ainda não se resgataram, deem o primeiro passo, dá tempo de correr atrás de você! A vida está aí para gente aproveitar o máximo dela, pra se sentir linda e confiante”.
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