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Quarta-feira, 06 de Junho de 2018, 12h:39

Famasul se posiciona contra política de preços mínimos do transporte de cargas

Federação afirma que medida causará prejuízos aos produtores rurais e reajustes de mais de 100% em fretes no setor agropecuário

Esthéfanie Vila Maior
Capital News

Divulgação/Famasul

Produtores se preocupam com mudanças na destinação de recursos

Segundo Departamento Técnico da Famasul, há fretes no estado que terão seus valores reajustados em mais de 100%

A Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) se posicionou contra a implantação da Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, devido aos prejuízos que poderá causar aos produtores rurais do Estado. A medida foi estabelecida em 27 de maio, como parte do acordo firmado entre o Governo do Brasil e os caminhoneiros, com intuito de garantir remuneração adequada à prestação do serviço.

 

“A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (FAMASUL), diante do caráter intervencionista da medida e dos fortes prejuízos que poderá causar aos produtores rurais de Mato Grosso do Sul, vem expressar posicionamento contrário à Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, estabelecida pela Medida Provisória No. 832/2018.

 

O tabelamento dos preços de frete rodoviário representa intervenção direta do governo e fere o princípio da livre concorrência, gerando desequilíbrio no mercado. O impacto desta medida será generalizado sobre toda a economia brasileira. Especificamente no setor agropecuário, a medida terá impacto direto na competitividade das exportações e nos preços dos alimentos para a população.

 

Além da baixa eficiência histórica de intervenções diretas de governos no tabelamento de preços, os valores mínimos fixados pela MP estão totalmente fora dos parâmetros de mercado. Segundo cálculos do Departamento Técnico da Famasul, há fretes no estado que terão seus valores reajustados em mais de 100%.

 

A Famasul reforça sua defesa aos princípios da livre concorrência e da não intervenção direta do governo no mercado. Entendemos que a melhor solução para a redução das margens dos transportadores, em função da escalada de preços internacionais de combustíveis, é a redução compensatória de impostos sobre os mesmos, não o tabelamento de preços. Qualquer ação que provoque o desequilíbrio no mercado de fretes, certamente afeta a competitividade dos produtores rurais e trará sérios prejuízos à sociedade brasileira”.