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Domingo, 30 de Setembro de 2018, 12h:48

Enem pode ter novo formato a partir de 2020

Por Débora Ramos

Da coluna Educação e Carreira
Artigo de responsabilidade do autor

Ministério da Educação espera apresentar proposta de exame na esteira da Base Nacional Comum Curricular

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O ministro da Educação, Rossieli Soares, afirmou em setembro que a pasta deverá apresentar até o final do ano um novo modelo para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A ideia está em discussão em paralelo à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que já teve a aprovação para os ensinos básico e fundamental e está em votação no Conselho Nacional de Educação (CNE) para o ensino médio.

A Base Nacional Comum Curricular é um dos pontos do Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2014. Ela foi enviada ao Conselho Nacional de Educação (CNE) no começo do ano passado e aprovada em dezembro, quando, enfim, foi assinada pelo então ministro da Educação, Mendonça Filho.

O CNE deve entregar até o final deste ano as diretrizes para o ensino médio. As escolas públicas e privadas do país devem elaborar seus próprios programa a partir da BNCC até 2020.

De acordo com Rossieli, o modelo já está em debate no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e deve aproveitar a esteira da BNCC para promover as alterações, levando em conta o conteúdo mínimo que deverá ser ensinado nas escolas do país. Uma das alternativas em discussão diz respeito a modelos diferentes de provas para avaliar os caminhos estabelecidos no novo ensino médio que entrará em vigor no ano que vem a partir da BNCC.

“Nós vamos apresentar uma proposta ainda este ano se a base for aprovada, como é o nosso desejo”, disse o ministro durante o 2º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, organizado pela Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), em São Paulo. O Enem 2018, dessa forma, permanece nos moldes utilizados nos anos anteriores.

Rossieli também acredita necessária uma adequação da formação do ensino médio, que não pode ser voltada apenas para que os estudantes tenham notas altas no Enem. “O exame precisa mudar. Não podemos fazer educação com Enem sendo o norte da educação. Pela primeira vez, o Brasil terá a oportunidade de discutir o Enem, que é porta de entrada no ensino superior e não porta de saída”, defendeu o ministro.

Atualmente, o Enem é composto por provas de linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e redação. Neste ano, mais de 5,5 milhões se inscreveram para o exame.

As notas do exame podem ser usadas para concorrer a vagas no ensino superior público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a bolsas em instituições particulares de ensino superior pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) e a financiamento pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

O número de alunos inscritos no Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) cresceu 4736% de 1998, quando a primeira prova foi aplicada, ao ano passado. O recorde de inscrições para o exame aconteceu em 2014, quando 9,5 milhões de brasileiros se candidataram para fazer a prova.