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Sábado, 06 de Outubro de 2018, 11h:37

Indígenas ampliam invasões em sítios na região de Dourados

Durante uma ação, os índios fizeram um casal refém e destruiu mobílias da residência

Da redação
Capital News

 

Notícias Rural

ndígenas ampliam invasões em sítios no Mato Grosso do Sul

 Após a invasão, residência teve os móveis danificados

Indígenas estão realizando diversos ataques a sítios da região de Dourados, de acordo com publicação do site Rural News. As propriedades atacadas ficam às margens da Perimetral Norte e vizinhos da aldeia Bororó. Durante uma invasão um casal teria sido feito de refém. 

 

Ainda segundo a publicação, os móveis da residências foram destruídos, gerando uma insegurança na vizinhança. Os sitiantes dizem que vão procurar seus direitos, já que se aproxima a época do plantio e devido ao clima os trabalhos estão paralisados. Nos últimos dias, os pequenos proprietários rurais não tem dormido. Os grupos teriam adentrado as propriedades, no período da noite, para intimidá-los. 

 

O produtor rural, Nelson Amaral, explicou que mandou a mulher e os dois filhos para casa de parentes. O sítio da família, de cinco hectares, passou a ser invadido desde segunda-feira (1º). "Não tenho dormido mais e impossibilitado de trabalhar. Os índios assoviam a noite toda, gritam, soltam rojões", lamentou. 

 

O clima tenso na região vem desde 2013 e aos poucos tem se ampliado. Naquele ano, Odair Pessoa Barros arrendou cinco hectares para cultivo de soja e milho. Passado o período de assinar a documentação, as terras foram invadidas. Moradias foram erguidas no local e, mesmo após três reintegrações de posse concedidos pela justiça, nada mudou. 

 

Odair tem outros 15 hectares arrendados nas imediações e teme que os índios invadam a propriedade e paralise o cultivo de grãos. Nesses cinco anos, ele já teve peças de trator furtadas e o barracão da propriedade danificado, com destruição de transformador e relógio do poste. Os sítios - todos escriturados - são de pequeno porte e com tamanhos de um a dez hectares. São famílias que dependem das terras para tirar o sustento. No mês passado uma das propriedades foi invadida e, no local, montados cerca 30 moradias de lona. A movimentação de indígenas é grande e a todo momento chegam e saem veículos.

 

Terror

Adamastor Araújo é sócio da usina de reciclagem que no domingo à noite foi invadida por um grupo de índios. Eles fizeram um casal refém, furtaram um veículo e destruíram mobília. Moradores da aldeia Bororó, cinco indígenas foram detidos, porém soltos em seguida para responder em liberdade os crimes de associação criminosa, furto qualificado, ameaça e resistência.

 

Segundo Adamastor, o casal não ficou ferido, mas recebeu ameaça de morte. Por conta disso, na segunda-feira decidiram retirar os pertences, porém o sítio novamente foi invadido. "Quebraram o que viram pela frente e deixaram rastro de destruição e sujeira", conta ele, que ainda não foi ao local. Adamastor teme que a usina de reciclagem seja totalmente ocupada pelos índios. 

 

Sem solução

Não é recente a reclamação de sitiantes sobre furtos na região. Em 2016 cinco propriedades foram invadidas e até hoje as terras estão ocupadas por moradias de indígenas. Eles obtiveram reintegração de posse das áreas, contudo, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a retirada dos índios das terras até o encerramento de todas as ações.  

 

Os sitiantes temem que as invasões ampliem nesse fim de ano. Parte dos indígenas são de Dourados, porém,desde 2016 índios de outras aldeias da região tem migrado na expectativa de obter terras. A situação se agravou em 2012, com a inauguração da Perimetral Norte. A rodovia, no entendimento dos índios, teria dividido a Reserva Indígena da cidade. Com isso, sítios que ficaram às margens da aldeia Bororó passaram a ser invadidos.