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Economia Quarta-feira, 10 de Outubro de 2018, 10:35 - A | A

Quarta-feira, 10 de Outubro de 2018, 10h:35 - A | A

SUBIU

Inflação na capital sobe e fecha setembro em 0,42%

Índice influenciado pelo valor dos Transportes foi muito maior do que o apresentado no mês anterior

Leonardo Barbosa
Capital News

Deurico/Capital News

Foto ilustrativa de gasolina, Etanol, alcool, carro flex, dois combustíveis

As altas no preço dos combustíveis foram uma das principais responsáveis pela inflação em Campo Grande

A inflação em Campo Grande aumentou 0,41% de agosto à setembro deste ano. É o que diz o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp, segundo o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) divulgado nesta quarta-feira (10).

 

O levantamento que representa a inflação local, ficou em 0,42%, muito maior do que o registrado em agosto (-0,01%), de acordo com o Nepes. A taxa é a mais alta desde 2015 (0,57%) no comparativo entre os meses de setembro.

 

Os grupos que mais contribuíram para esse resultado foram: Transportes (1,91%), Habitação (0,60%), Vestuário (0,97%) e Educação (0,17%). Segurando o crescimento do índice, ficaram Despesas Pessoais (-1,23%), Alimentação (-0,13%) e Saúde, (-0,03%).

 

De acordo com o coordenador do Nepes/Uniderp, Celso Correia de Souza, a inflação registrada para o mês anterior sinaliza uma retomada do processo inflacionário. "Os aumentos dos combustíveis podem ser vistos como os grandes culpados pela elevação da inflação na Capital. Para os próximos meses, o que se espera são inflações mais elevadas devido às festas de final de ano, período de aumento de consumo e, consequentemente, a inflação deverá continuar crescendo", revelou.

 

O professor também alerta que o alto valor do dólar pode impactar nos preços de insumos natalinos importados, bem como, outros produtos como trigo, máquinas de alta precisão, eletroeletrônicos e gasolina, recrudescendo a inflação na cidade. "Ainda com o dólar alto, pode haver favorecimento às exportações brasileiras, principalmente, de grãos e carnes, diminuindo a oferta desses produtos no mercado interno, consequentemente, aumentando os seus preços, contribuindo também para a elevação da inflação", analisa Celso.

 

Considerando os nove primeiros meses em Campo Grande, a inflação acumulada é de 2,86%. Nesse período destacam-se os grupos, Habitação (5,61%) e Vestuário (3,50%) com altos indicadores. O grupo Transportes (-1,97%) se evidencia pela deflação.

 

No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa chega a 3,97%, resultado bem próximo da meta de 4,5%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CNM) para o ano todo. "Como a inflação de Campo Grande está sinalizando tendência de alta já não se pode afirmar que existem reais possibilidades de se chegar a dezembro com uma inflação acumulada abaixo dos 4,5%, como aconteceu em 2017, quando registrou 2,60%", projeta o pesquisador.

 

 

Alguns fatores poderão ajudar a retardar a elevação da inflação neste ano, como a continuidade do alto nível de desemprego no país, os altos juros praticados na economia, o grande endividamento da população fazendo com que haja queda de demanda de consumo, inclusive, em produtos de alimentação. "Não se pode ignorar que as eleições de outubro/2018 podem influenciar negativamente o controle da inflação, pois, toda incerteza política causa aumento do dólar", acrescenta Celso.

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