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Cotidiano Sexta-feira, 11 de Janeiro de 2019, 08:48 - A | A

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Corte de gastos

Com queda de matrículas, governo estadual fecha quatro escolas em MS

Secretaria de Estado de Educação (SED) registrou queda de 45 mil matrículas em escolas estaduais

Caroline Carvalho

Devido à queda na quantidade de matrículas em escolas estaduais de Mato Grosso do Sul, a Secretaria Estadual de Ensino (SED) decidiu encerrar as atividades de quatro escolas da Capital e do Interior do Estado. O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) explicou a diminuição da quantidade de alunos na rede estadual como reflexo direto à queda de natalidade no Brasil, o que, segundo ele, justificaria uma ‘readequação’ das escolas a essa nova realidade social.

 

A medida vem sendo adotada pela SED desde o ano passado com a unificação de escolas e o fim de abertura de novas turmas. A partir deste ano letivo, não aceitam mais inscrições as Escolas Estaduais Abadia Faustino Inácio, do município de Camapuã; além das Riachuelo, Zamenhof e Otaviano Gonçalves da Silveiro Junior, de Campo Grande.  

 

Segundo dados divulgados pela SED, o número de alunos nas escolas estaduais caiu 15,5% nos últimos 10 anos – de 295.254 em 2007 para 249.599 no ano passado. Ao todo, são mais de 45 mil alunos a menos na rede municipal em uma década. Em contrapartida, a quantidade de escolas subiu de 366 a 372 no mesmo período.

 

De acordo com a Secretária de Estado de Educação, Maria Cecilia Amendola da Motta, a medida não prejudica a qualidade do ensino. “Com esse fatores da diminuição da natalidade e da quantidade de matrículas é normal que ao longo do tempo tenhamos que otimizar a estrutura da Rede Estadual. Com o recurso economizado podemos investir em outras unidades e melhorar a qualidade da educação”, afirmou via assessoria.

Por outro lado, a professora Joseli Herrera, que era contratada da EE Zamenhof, vê a ação como um retrocesso. “Nossa escola era muito boa, e recebia muitos alunos especiais. Não existe nenhuma outra nesta região que oferece aulas do 1º ao 5º ano. Então, muitos alunos que antes vinham a pé terão que pegar ônibus para estudar, longe de suas casas”. 

 

Joseli explica que os funcionários receberam a notícia da SED do fechamento da escola no dia 20 de dezembro. Na mesma data, pais de alunos e servidores organizaram uma manifestação em frente ao colégio para impedir que a medida ocorresse. “No dia, a Secretaria deixou bem claro que era para enxugar gastos. Mas eles sempre tiram de onde de onde não deve. É aquela coisa: fecha uma escola, abre um presídio”, conclui. 

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