Devido à queda na quantidade de matrículas em escolas estaduais de Mato Grosso do Sul, a Secretaria Estadual de Ensino (SED) decidiu encerrar as atividades de quatro escolas da Capital e do Interior do Estado. O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) explicou a diminuição da quantidade de alunos na rede estadual como reflexo direto à queda de natalidade no Brasil, o que, segundo ele, justificaria uma ‘readequação’ das escolas a essa nova realidade social.
A medida vem sendo adotada pela SED desde o ano passado com a unificação de escolas e o fim de abertura de novas turmas. A partir deste ano letivo, não aceitam mais inscrições as Escolas Estaduais Abadia Faustino Inácio, do município de Camapuã; além das Riachuelo, Zamenhof e Otaviano Gonçalves da Silveiro Junior, de Campo Grande.
Segundo dados divulgados pela SED, o número de alunos nas escolas estaduais caiu 15,5% nos últimos 10 anos – de 295.254 em 2007 para 249.599 no ano passado. Ao todo, são mais de 45 mil alunos a menos na rede municipal em uma década. Em contrapartida, a quantidade de escolas subiu de 366 a 372 no mesmo período.
De acordo com a Secretária de Estado de Educação, Maria Cecilia Amendola da Motta, a medida não prejudica a qualidade do ensino. “Com esse fatores da diminuição da natalidade e da quantidade de matrículas é normal que ao longo do tempo tenhamos que otimizar a estrutura da Rede Estadual. Com o recurso economizado podemos investir em outras unidades e melhorar a qualidade da educação”, afirmou via assessoria.
Por outro lado, a professora Joseli Herrera, que era contratada da EE Zamenhof, vê a ação como um retrocesso. “Nossa escola era muito boa, e recebia muitos alunos especiais. Não existe nenhuma outra nesta região que oferece aulas do 1º ao 5º ano. Então, muitos alunos que antes vinham a pé terão que pegar ônibus para estudar, longe de suas casas”.
Joseli explica que os funcionários receberam a notícia da SED do fechamento da escola no dia 20 de dezembro. Na mesma data, pais de alunos e servidores organizaram uma manifestação em frente ao colégio para impedir que a medida ocorresse. “No dia, a Secretaria deixou bem claro que era para enxugar gastos. Mas eles sempre tiram de onde de onde não deve. É aquela coisa: fecha uma escola, abre um presídio”, conclui.