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Internacional Domingo, 27 de Janeiro de 2008, 09:38 - A | A

Domingo, 27 de Janeiro de 2008, 09h:38 - A | A

Barack Obama vence na Carolina do Sul graças ao voto negro

UOL

O senador Barack Obama venceu hoje por uma ampla vantagem nas primárias do partido democrata em Carolina do Sul, onde recebeu o dobro dos votos da senadora Hillary Clinton, graças ao esmagador apoio dos negros.

Obama conquistou 55% dos votos, o dobro da ex-primeira-dama, que obteve 27%, e muito acima dos 18% do ex-senador John Edwards. O resultado de hoje representa um duro revés para Edwards, devido às expectativas que tinha de obter uma boa colocação no estado que lhe viu nascer, e onde ganhou em 2004 frente a seu oponente, John Kerry.

O fato de metade dos cidadãos que foram votar ser afro-americana, segundo as pesquisas de boca-de-urna, poderia ter ajudado o senador a vencer esta disputa, na qual houve uma grande polarização racial dos eleitores.

De fato, oito de cada dez eleitores afro-americanos que compareceram às urnas votaram em Obama, enquanto apenas dois escolheram a ex-primeira-dama dos Estados Unidos.

Em sua primeira aparição pública após obter a vitória, Obama tentou, segundo os analistas políticos, amenizar a tensão racial que houve na campanha nos últimos dias, e evitar, portanto, que seja considerado "o candidato dos afro-americanos", o que poderia prejudicá-lo no resto do país.

"Nestas eleições não se trata de escolher segundo a região de cada um, a religião ou o gênero. Não se trata de ricos contra pobres, jovens contra velhos, nem brancos contra negros. Trata-se (de uma batalha) do passado contra o futuro", disse publicamente.

"Estive vários dias viajando pelo estado, e eu não vi uma Carolina do Sul branca e outra negra. Vi uma só Carolina do Sul", afirmou.

Após suas derrotas em New Hampshire e Nevada, o senador se coloca novamente agora na primeira linha de ataque frente às eleições em outros estados sulinos, como Geórgia e Tennessee, onde a população negra também é majoritária.

Ele se situa ainda em uma posição muito cômoda perante a grande reunião eleitoral que ocorrerá no dia 5 de fevereiro.

Nesta data, conhecida como a "super terça", haverá votação em 22 estados do país, com o que estará em jogo mais da metade dos delegados que irão à Convenção Democrata no final de janeiro, na qual se proclamará oficialmente o candidato presidencial.

A ex-primeira-dama já tinha antecipado sua derrota, o que lhe permitiu fazer campanha nos últimos dias em outros estados onde tem mais chances, como Nova York, Nova Jersey e Pensilvânia.

A senadora, que está a caminho do Tennessee para participar amanhã em atos eleitorais, emitiu um comunicado no qual felicita o rival por sua vitória e agradece os votos recebidos.

Hoje, o próprio Bill Clinton subiu no palanque para reconhecer publicamente a vitória de Obama e para insistir em que sua esposa é a melhor preparada para alcançar a Presidência dos Estados Unidos e para devolver a prosperidade e segurança da qual o país precisa.

A campanha desenvolvida na Carolina do Sul se caracterizou por uma grande tensão e agressividade verbal entre Obama e Bill Clinton, que permaneceu no estado enquanto sua esposa participava de atos eleitorais no litoral leste do país.

Esta semana, Bill Clinton participou de uma troca de acusações com Obama sobre seu histórico da defesa dos direitos civis e seu apoio à comunidade afro-americana.

O senador de Illinois se queixou da agressividade de Bill Clinton, alegando que não sabia contra qual dos dois Clinton estava concorrendo.

Alguns observadores chegaram a dizer que parecia que o ex-presidente estava lutando para ganhar um terceiro mandato.

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