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Internacional Sábado, 19 de Abril de 2008, 11:02 - A | A

Sábado, 19 de Abril de 2008, 11h:02 - A | A

Paraguaios que vivem no exterior não poderão votar domingo

Da Redação (AR)

Em Mato Grosso do Sul, lado mais paraguaio do Brasil, nenhum cidadão da nação guaraní ou descendentes tem direito de votar nas eleições que vão escolher o presidente, governadores e parlamentares. O Consulado do Paraguai em Campo Grande informou que nenhuma autorização foi dada pelo governo para que houvesse votação separada. Os funcionários de representações diplomáticas, no entanto, podem votar porque, em tese, ocupam território paraguaio nas embaixadas e casas consulares.

Ontem o ministro da Defesa do Paraguai, Nelson Mora, confirmou por meio de dad imprensa que paraguaios que vivem fora do país não poderão votar porque não há amparo constitucional. Embora a Constituição paraguaia não prevê voto de quem mora no exterior, no entanto, em eleições anteriores o voto foi consentido.

A Justiça paraguaia contestou o ministro da Defesa e garante o direito de voto de todos que moram no exterior, desde que estejam inscritos na Justiça Eleitoral e consigam estar em território paraguaio no dia das eleições (domingo, 20).

Mas é pouco provável que alguém que more no exterior consiga votar, já que as fronteiras estarão protegidas contra 'agitadores'. O presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, levantou a suspeita de atos de violência em razão da disputa eleitoral, estimulada, segundo ele, por adversários da candidata governista Blanca Ovelar. Integrantes do Partido Colorado, que há anos está no poder no Paraguai, ameaçou fechar as fronteiras para evitar que quem vive em outro país vote no dia 20. O Colorado alcançou o poder logo após a abertura política em 1989, e permanece há 67 anos no governo.

A grande tensão nessas eleições começa pelo fato de que a oposição, com o ex-bispo Fernando Lugo, está na frente de todas as pesquisas eleitorais. O assessor do principal oponente ao governo sofreu, inclusive, atentado no dia 9 de abril. Lino Cesar Oviedo, do Partido União Nacional de Cidadãos Éticos, também é candidato e está empatado com Blanca Ovelar em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto.

COLONIA

Pelo menos 300 mil paraguaios e descendentes habitam Mato Grosso do Sul, das quais, 80 mil em Campo Grande. Onze municípios brasileiros fazem fronteira seca com o Estado. São 600 quilômetros de fronteira. A presença paraguaia é tão forte que em 2001 foi instituído em MS o Dia do Povo Paraguaio, comemorado em 14 de maio, data da independência do Paraguai.

Os paraguaios começaram a se organizar em 1973, fundando a Associação Colônia Paraguaia. A primeira família paraguaia chegou a Campo Grande em 1905 e se instalou na Vila Carvalho. Mas a maioria dos imigrantes começaram a chegar em 1959 e se estabeleceram na Vila Popular. A influência cultural paraguaia é marcante no cotidiano do campo-grandense, com as rodas de tereré, a polca paraguaia a guarânia e o chamamé, a festa de Nossa Senhora de Caacupê, a "chipa" e a "sopa paraguaia". (Informações da Tv Morena)

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