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Nacional Quinta-feira, 17 de Março de 2016, 11:16 - A | A

Quinta-feira, 17 de Março de 2016, 11h:16 - A | A

Brasília

Com apoio e protestos, Dilma dá posse a Lula como ministro-chefe da Casa Civil

Deputado foi criticado por simpatizantes ao se manifestar contra posse do ex-presidente

Adriel Mattos
Capital News*

Roberto Stuckert Filho/Presidência da República

Com apoio e protestos, Dilma dá posse a Lula como ministro-chefe da Casa Civil

“Seja bem-vindo, querido companheiro ministro Lula”, disse Dilma em discurso

O ex-presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tomou posse na manhã desta quinta-feira (17) no cargo de ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República. A posse foi dada pela presidente Dilma Rousseff (PT).

A cerimônia, marcada para às 10h (de Brasília), começou com atraso. De acordo com o portal G1, quando Lula e Dilma chegaram ao Salão Nobre no Palácio do Planalto, foram aplaudidos pelos convidados, em sua maioria composta por representantes de movimentos sociais e sindicalistas.

Em seguida, Dilma iniciou o discurso, mas foi interrompida por um protesto do deputado federal Major Olímpio (SD-SP), que gritou “Vergonha!”. Rapidamente, os convidados se levantaram, identificaram o parlamentar e iniciaram gritos de ordem como “Não vai ter golpe!”. A cerimônia chegou a ser interrompida por alguns minutos e o deputado deixou o salão.

A posse de Lula, porém, foi oficializada antes do discurso da presidente. Também foram empossados Jaques Wagner no Gabinete Pessoal da Presidência da República; o subprocurador-geral da República, Eugênio Aragão, no Ministério da Justiça; e o deputado Mauro Lopes (PMDB-MG) na Secretaria da Aviação Civil da Presidência da República.

Roberto Stuckert Filho/Presidência da República

Com apoio e protestos, Dilma dá posse a Lula como ministro-chefe da Casa Civil

Presidente Dilma Rousseff discursando na cerimônia de posse de Lula como ministro-chefe da Casa Civil

Discurso de posse
Dilma disse em discurso que Lula é o “maior líder político do país” e que a crise que o Brasil enfrenta trouxe a “magnífica oportunidade” do ex-presidente voltar à Brasília.

“Todo mundo sabe que as dificuldades costumam criar grandes oportunidades. As circunstâncias atuais me dão a magnífica chance de trazer para o governo o maior líder político desse país”, afirmou.

“Seja bem-vindo, querido companheiro ministro Lula. Eu conto com a experiência do ex-presidente Lula, conto com a identidade que ele tem com esse país e com o povo desse país. Conto com sua incomparável capacidade de olhar nos olhos do nosso povo, de entender esse povo. A sua presença aqui, companheiro Lula, mostra que você tem a grandeza dos estadistas. Prova que não há obstáculos à nossa disposição de trabalharmos juntos pelo Brasil”, relatou a presidente.

Deurico Ramos/Capital News

O Ministro da Defesa Celso Amorim e o vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) visitam Dourados na segunda semana de julho

Vice-presidente da República Michel Temer (PMDB)

O vice-presidente Michel Temer (PMDB) não foi à cerimônia por discordar da posse do ministro Mauro Lopes. O partido iniciou um processo que pode culminar em um rompimento com o governo, entregando cargos ocupados no governo.

“Deputado Mauro Lopes, meu conterrâneo, assume a secretaria de Aviação Civil. Esse é um ministério estratégico para o Brasil que depende da malha aeroportuária. Tenho certeza que vamos fazer a concessão de quatro aeroportos, Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e Fortaleza à iniciativa privada”, disse Dilma, lembrando que os terminais aéreos devem atender bem o público que vir assistir os Jogos Olímpicos de Verão, em agosto, no Rio de Janeiro.

Sobre o novo ministro da Justiça, a presidente declarou que ele terá desafios no comando da pasta. “Eugênio Aragão reforçará com seu perfil características fundamentais de atuação. Imparcialidade, firmeza e serenidade. O novo ministro encontrará uma agenda carregada de grandes desafios”, afirmou.

Críticas
No discurso, Dilma criticou os grampos telefônicos contra Lula, que classificou como ilegais, e disse que são “vazamentos seletivos” a divulgação dos áudios. “Não há Justiça quando delações são tornadas públicas de forma seletiva para execração de alguns investigados e quando depoimentos são transformados em fatos espetaculares. Não há Justiça quando leis são desrespeitadas e a Constituição aviltada. Não há Justiça para os cidadãos quando as garantidas constitucionais da própria presidente da República são violadas”, falou.

Roberto Stuckert Filho/Presidência da República

Com apoio e protestos, Dilma dá posse a Lula como ministro-chefe da Casa Civil

Dilma disse que Lula é o “maior líder político do país”

A presidente voltou a defender seu governo e o combate à corrupção. “Vivemos momento ímpar, momento em que combate à corrupção tem sido realizado sem imposição de qualquer obstáculo por parte do governo federal, mas momento que temos de reafirmar a centralidade dos direitos individuais, da normalidade institucional e da soberania da Constituição. Somente haverá Justiça com respeito rigoroso a princípios orientadores de sua execução - em especial a presunção de inocência e o amplo direito de defesa de qualquer cidadão. A justiça, o combate à corrupção sempre é mais forte e digno quando respeita os princípios constitucionais”, disse.

Dilma criticou movimentos de oposição e falou até em golpe. “A gritaria dos golpistas não vai me tirar do rumo e não vai colocar o nosso povo de joelhos”, afirmou. Ela voltou a condenar o processo de impeachment.

 

“O presidente Lula, os ministros Eugênio Aragão e todos os ministros do governo, toda a nossa base social, nós teremos mais força de superar as armadilhas que jogam em nosso caminho aqueles que desde a minha eleição não fizeram outra coisa que tentar paralisar o meu governo, me impedir de governar ou me tirar o mandato de forma golpista”, disse.

Protestos
Manifestações contra e a favor da posse de Lula foram registradas no Distrito Federal e em oito estados. Houve confronto e a Polícia Militar (PM) precisou intervir com spray de pimenta.

Em São Paulo, a avenida Paulista foi ocupada e o trânsito foi interrompido. No Rio de Janeiro, foram registrados panelaços durante o discurso de Dilma na posse de Lula.

Ricardo Moraes/Reuters

Com apoio e protestos, Dilma dá posse a Lula como ministro-chefe da Casa Civil

Manifestantes contra e a favor do governo se enfrentaram durante protesto em Brasília
 


*Com informações da Agência Brasil e do portal G1

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