Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Temer definiu como uma das metas do governo restaurar o equilíbrio das contas públicas e solucionar o endividamento público
No primeiro discurso como presidente da República em exercício nesta quinta-feira (12), Michel Temer (PMDB) ressaltou um número menor de titulares na Esplanada dos Ministérios ao dar posse a 23 ministros. “A primeira medida nessa linha está, ainda que modestamente, aqui apresentada. Já eliminamos vários ministérios da máquina pública e ao mesmo tempo nós não vamos parar por aí”, afirmou, sem dizer se haverá outros cortes.
Por 55 votos a favor e 22 contra, o Senado Federal decidiu na manhã dessa quinta-feira autorizar a abertura de processo de impeachment contra Dilma Rousseff (PT). Com isso, Dilma foi afastada do cargo por até seis meses e Temer assumiu interinamente.
Ele declarou as metas para a economia no seu governo. “De imediato, precisamos também restaurar o equilíbrio das contas públicas, trazendo a evolução do endividamento do setor público de volta ao patamar de sustentabilidade. Quanto mais cedo formos capazes de reequilibrar as contas públicas, mais rápido conseguiremos retomar o crescimento”, declarou.
Temer anunciou a primeira reforma de seu governo, que já tramita no Congresso Nacional. “Uma delas é a revisão do pacto federativo. Estados e municípios precisam ganhar autonomia verdadeira, sob a égide de uma federação real, e não uma federação artificial como vemos atualmente”, declarou.
O presidente em exercício fez questão de frisar que não fará intervenções nos programas sociais. “Reafirmo, e faço em letras garrafais, vamos manter os programas sociais. O Bolsa Família, o Pronatec, o Fies, o Prouni, o Minha Casa, Minha Vida, entre outros, são projetos que deram certo e terão sua gestão aprimorada. Aliás, mais do que nunca, precisamos acabar com um hábito no Brasil em que, assumindo outrem o governo, você destrói o que foi feito. Ao contrário, você tem que prestigiar aquilo que deu certo, complementá-los, aprimorá-los”, ressaltou.
Por fim, Temer lembrou que o lema da bandeira será o slogan de seu governo. “Não falaremos em crise: trabalharemos. O nosso lema é Ordem e Progresso. A expressão da nossa bandeira não poderia ser mais atual. Peço a Deus que nos abençoe a todos. A mim, aos congressistas, aos membros do Poder Judiciário e ao povo brasileiro, para estarmos sempre à altura dos desafios. E aos brasileiros para que em breve tempo possamos agradecer a Ele pelo trabalho que, a partir de agora, será feito”, finalizou.
Alguns dos novos ministros de Temer já são conhecidos. O ex-presidente do Banco Central do Brasil (BCB), Henrique Meirelles assume, por exemplo, o Ministério da Fazenda e o ex-ministro das Cidades, Gilberto Kassab, vai para a pasta de Comunicações.
Confira a lista dos novos ministros:
Fazenda
Henrique Meirelles
Planejamento
Romero Jucá (PMDB)
Casa Civil
Eliseu Padilha (PMDB)
Saúde
Ricardo Barros (PP)
Educação e Cultura
Mendonça Filho (DEM)
Trabalho
Ronaldo Nogueira (PTB)
Justiça e Cidadania
Alexandre de Moraes
Agricultura
Blairo Maggi (PP)
Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Marcos Pereira (PRB)
Desenvolvimento Social e Agrário
Osmar Terra (PMDB)
Esporte
Leonardo Picciani (PMDB)
Meio Ambiente
Sarney Filho (PV)
Cidades
Bruno Araújo (PSDB)
Integração Nacional
Helder Barbalho (PMDB)
Ciência, Tecnologia e Comunicações
Gilberto Kasssab (PSD)
Transportes
Maurício Quintella (PR)
Defesa
Raul Jungmann (PPS)
Turismo
Henrique Eduardo Alves (PMDB)
Minas e Energia
Fernando Coelho Filho (PSB)
Fiscalização, Transparência e Controle
Fabiano Silveira
Relações Exteriores
José Serra (PSDB)
Secretaria de Governo
Geddel Vieira Lima (PMDB)
Gabinete de Segurança Institucional
Sérgio Etchegoyen
Advocacia-Geral da União (AGU)
Fábio Medina