Um indígena da etnia Pareci, de 39 anos, foi sequestrado e violentamente agredido por três homens, no dia 18 de janeiro, em São Carlos, interior de São Paulo. Apesar da vítima ter sido socorrida e levada para um hospital da região com lesões graves, a polícia só veio a tomar conhecimento do caso quase um mês depois, no dia 12 de fevereiro.
De acordo com o jornal Estado de São Paulo, o boletim de ocorrência registrado no 2º Distrito Policial da cidade não faz menção à condição de indígena da vítima, nem aponta os possíveis suspeitos do crime. No entanto, um grupo de moradores se mobilizou pelas redes sociais para ajudar a vítima e alega que ela foi alvo de crime de ódio, em razão de sua origem.
Segundo o registro policial, a vítima foi a um bar de um conhecido após sair do trabalho. No local, um homem começou a acusá-lo de ter roubado R$ 100 do seu carro, iniciando uma longa discussão. O homem deixou o local, mas voltou com outras duas pessoas. Os três passaram a agredir a vítima.
Reprodução/Facebook
Indígena teve o braço amputado, após ser levado gravemente ferido na Santa Casa de Misericórdia de São Carlos
Em seguida, os suspeitos sequestraram o indígena e o levaram para uma comunidade, onde continuaram as agressões. Eles ainda foram até uma oficina, de propriedade da família da vítima, com a intenção de obter algo de valor como suposto ressarcimento do dinheiro sumido. Como não conseguiram encontrar nada, agrediram o indígena ainda mais e o abandonaram, ferido, nas imediações de um conjunto habitacional.
A vítima pediu socorro e, foi levada para a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) municipal, e depois transferida para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Fotos postadas em redes sociais mostram que ele teve um braço amputado em razão dos ferimentos. Familiares ainda dão conta que o índio levou marteladas na cabeça e em todo o corpo, além de ter sido mordido
Conforme o registro, posteriormente os agressores o levaram até a oficina com a intenção de obter algo de valor como suposto ressarcimento do dinheiro sumido. Como nada teriam encontrado, agrediram ainda mais o indígena e o abandonaram, ferido, nas imediações de um conjunto habitacional. A vítima pediu socorro e, após passar pela UPA, foi internada no hospital.
Fotos postadas em rede social mostram que ele teve um braço amputado em razão dos ferimentos. Relatos de parentes, que não se identificam temendo represálias, dão conta de que o índio levou marteladas na cabeça e em todo o corpo, além de ter sido mordido no braço e na mão.
Os agressores ainda usaram a porta do carro para esmagar o braço da vítima. Aos parentes, o índio contou que se fingiu de morto e, por isso, foi jogado em um local conhecido como buracão do Zavaglia. O grupo afirmou que o caso será levado ao conhecimento do Ministério Público Estadual.
