Wilson Dias/Agência Brasil
De acordo com o deputado, ao menos 30 dos 46 parlamentares da bancada desejam desembarcar do governo Temer
Deputado Ricardo Trípoli (PSDB-SP), líder do partido na Câmara dos Deputados, afirmou, nesta terça-feira (11), que a maioria dos parlamentares tucanos é a favor do prosseguimento da denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB) no Supremo Tribunal Federal (STF).
A recomendação final, de acordo com o parlamentar, só sairá após a denúncia passar pelo crivo da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa de Leis, o que deve acontecer nas próximas sessões, contando a partir de hoje (12).
Na avaliação do deputados, alguns fatos recentes pesaram no entendimento dos outros parlamentares do partido para eventual saída do governo, como as prisões dos ex-ministros Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, e Henrique Alves, do Turismo, bem como a expeculação das delações premiadas do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e de Lúcio Funaro.
Na última segunda-feira (10), líderes do PSDB se reuniram no Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo de São Paulo, para discutir a possível desembarque do governo Temer. Na ocasião, o anfitrião da reunião, Geraldo Alckmin, defendeu que o partido não esteja atrelado a um simples governo, mas, sim, às reformas Trabalhista, Previdenciária e Política.
Denúncia
Temer foi denunciado pela PGR por suposta prática de crime de corrupção passiva. As denúncias foram baseadas na gravação de conversa entre o empresário Joesley Batista, dono da JBS, e o presidente, ocorrida em março deste ano.
No áudio, Joesley confessou que estava pagando propina ao ex-deputado federal, cassado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na cadeia. Mesmo com a confissão do crime de obstrução da Justiça, Temer nada fez e ainda disse, conforme demonstra a gravação, “tem que manter isso ai, viu”, supostamente dando aval para a continuidade do crime.
O ex-assessor especial de Temer, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), foi flagrado pela PF recebendo uma mala com R$500 mil do executivo da JBS Ricardo Saud. O dinheiro, segundo as autoridades, tinha o presidente como destinatário.