Mesmo sendo investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), por supostos crimes de corrupção, obstrução de Justiça e organização criminosa, o presidente Michel Temer (PMDB) gravou um vídeo pedindo punição a criminosos.
O material será divulgado na tarde desta segunda-feira (19), nas redes sociais, quando o Chefe do Executivo Nacional estará embarcando para a Rússia e Noruega, em agenda oficial. A declaração ocorre às vésperas de possível oferta de denúncia contra o presidente, feita pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot.
O empresário Joesley Batista, dono da JBS, atribuiu a Temer o posto de “chefe de organização criminosa que comanda o país”, em entrevista à Revista Época, na semana passada.
Assim, Temer vê a necessidade de atacar o Ministério Público Federal (MPF) pelo não oferecimento de denúncia contra Joesley e os demais executivos da multinacional, e mostrar que não está refém das denúncias que assolam seu mandato.
Entrevista
Joesley Batista reafirmou, à Época, as acusações feitas contra Temer e o alto escalão do Governo em sua delação premiada, e acusou o presidente de ser chefe da quadrilha mais perigosa do país. O empresário também afirmou que “Temer não tem muita cerimônia para pedir dinheiro”.
Reprodução/Estadão
Sobre a relação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com o presidente, Joesley afirmou que Temer era o superior hierárquico do ex-deputado, cassado, preso desde novembro do ano passado. “Tudo que o Eduardo conseguia resolver sozinho, ele resolvia. Quando ficava difícil, levava para o Temer. Essa era a hierarquia. Funcionava assim: primeiro vinha o Lúcio [o operador Lúcio Funaro]. O que ele não conseguia resolver pedia para o Eduardo. Se o Eduardo não conseguia resolver, envolvia o Michel”, disse.
O empresário ainda acusou: “quem não está preso está hoje no Planalto. Essa turma é muita perigosa. Não pode brigar com eles. Nunca tive coragem de brigar com eles. Por outro lado, se você baixar a guarda, eles não têm limites”.
Em resposta às afirmações do empresário, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) divulgou nota oficial, negando todas as acusações e informando que Michel Temer processará Joesley Batista civil e criminalmente.