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Nacional Terça-feira, 27 de Novembro de 2012, 13:39 - A | A

Terça-feira, 27 de Novembro de 2012, 13h:39 - A | A

Mesmo se confessar, Bruno deverá ter pena de pelo menos 30 anos

Da Redação (LH)

A quatro meses da nova data marcada pela Justiça para o júri popular do goleiro Bruno Fernandes, da ex-mulher dele, Dayanne Rodrigues, e do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, defesa e acusação já se preparam para a nova disputa, que poderá terminar com uma condenação de cerca de 30 anos para o jogador, mesmo caso ele confesse o crime.

Se condenado pelo crime de homicídio triplamente qualificado, Bruno pega ao menos 20 anos, pena base fixada para Macarrão — que foi diminuída por conta da confissão. Como a vítima é mãe do filho do jogador, a pena do goleiro pode se aproximar da máxima para este crime, que é de 30 anos. Bruno ainda responde por sequestro e cárcere privado dos dois [oito anos] e ocultação de cadáver [três anos].

O promotor responsável pelo caso, Henry Wagner Vasconcelos, afirma que, caso o jogador confesse que mandou matar Eliza, a fala dele seria "oportunista". Para Vasconcelos, o oportunismo viria do fato de que Luiz Henrique Romão, o Macarrão, já confessou o crime do qual o goleiro seria o mandante. Dessa forma, a possível diminuição da pena final pela confissão seria menor do que a de Macarrão.

— Não acredito que ele [Bruno] venha a confessar. Se ele vier a confessar, certo. Mas a diminuição [da pena] vai ser muito mais branda que a do Macarrão. Viria numa questão mais oportunista. Essa [confissão] do Macarrão já abriu a evidência em torno do que aconteceu.

Conforme o promotor, para que a diminuição da pena aconteça, será necessária uma avaliação do "quanto isso [a confissão] contribuiu para o processo", de toda forma, Vasconcelos afirma que o pedido da promotoria será para que Bruno seja condenado.

— [Vou pedir] uma pena expressiva, com certeza.

Tiago Lenoir, advogado escolhido para representar o goleiro com o júri já em andamento, diz que a defesa não vai adiantar a tese que irá ser trabalhada no júri do goleiro, marcado para o dia 4 de março de 2013, também em Contagem, na Grande BH. Apesar disso, o defensor afirma que não está descartada a possibilidade de uma suposta confissão de Bruno.

— Existe a possibilidade de confissão? É uma hipótese jurídica.

Apesar disso, Lenoir afirma que a confissão não é algo considerado em primeiro momento pelos defensores do goleiro.

— A defesa do Bruno não pensa na confissão. A princípio não, mas é uma tese possível.

De toda forma, segundo o advogado, caso Bruno optasse por confessar o crime, os atenuantes para a diminuição de pena "estão no código penal".

Condenação

Luiz Henrique Romão, o Macarrão, foi condenado a 15 anos de prisão na última sexta-feira (23) por homicídio triplamente qualificado e sequestro de Eliza Samudio. No mesmo dia, a ex-amante do goleiro Bruno, Fernanda Castro Gomes, acusada de sequestro e cárcere privado da jovem e do filho dela, Bruninho, foi condenada pelos dois crimes e recebeu a pena total de cinco anos, em regime aberto.

Macarrão respondia pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. Pelo primeiro, ele recebeu a sentença de 20 anos, tendo a pena reduzida para 12 anos, em razões de atenuantes. As penas por sequestro e cárcere privado equivalem a três anos. Macarrão foi inocentado da ocultação de cadáver.

A condenação aconteceu após a decisão da maioria dos jurados. A sentença foi lida pela juíza, Marixa Fabiane Lopes, pouco depois da meia- noite após uma hora e 40 minutos de deliberação do júri no quinto dia de julgamento. (Fonte: R7)

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