Raras vezes temos a oportunidade ver um filme produzido na Jordânia. Torna-se assim possível entrar, pelo olhar do diretor Naji AbuNowar, na cultura de um país árabe, entendendo melhor alguns de seus valores e visões de mundo. Indicado para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, a obra traz discussões sobre conviver com diferenças.
Unesp
Oscar D'Ambrosio
O cenário político é a Primeira Guerra Mundial, m que o jovem Theeb aprende com o irmão mais velho diversas tarefas essenciais no deserto, como retirar água do poço, alimentar camelos, atirar e usar facas em lutas. O cotidiano é interrompido com a chegada de um oficial britânico inglês.
Guiar o estrangeiro leva a uma jornada sem volta de autoconhecimento. O irmão é morto, e a convivência com o inimigo se torna necessária para a sobrevivência mútua no impiedoso deserto. Trata-se de uma obra de iniciação e também de negociações. O perdão e a vingança caminham lado rumo a um desfecho em que cada indivíduo percorre a sua própria vereda de erros e acertos.
Quem pontua a jornada é a imensidão do ambiente. Tudo no deserto é magnificente. E permanecer vivo demanda desenvolver habilidades especiais, que envolvem a tomada de decisões rápidas para o corpo e a alma. Não basta ser o mais rápido ou inteligente. É preciso ter a serenidade da consciência de estar imerso em um universo repleto de infinitas peculiaridades, onde apenas os mais aptos permanecem vivos.
*Oscar D’Ambrosio
Jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
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