Dez anos atrás, o PCC, fundado em 1993, desafiou o Estado brasileiro e aterrorizou a sociedade, com violentos ataques, morrendo quase 200 pessoas. Essas afrontas e assassinatos, embora em menor escala, nunca cessaram.
Agora, essa facção sanguinária, que o Brasil já deveria ter exterminado, volta-se contra seus concorrentes: Comando Vermelho (CV) e Família do Norte (FDN), chacinando dezenas no Amazonas, no primeiro dia de 2017. Em resposta, CV e a FND mataram 33 do PCC, em Roraima. E o fim não chegou.
Tudo isso vem ocorrendo porque o Brasil, cada vez mais, vem passando talco e perfume francês no crime organizado. Subestimou o PCC e, agora, volta a ficar acuado, sem saber o que fazer.
O cuidado com as fronteiras, por onde passam livremente drogas e armas, responsáveis por 50% de toda a violência, tem sido praticamente nenhum. Cadê o dinheiro para a rápida implantação do SISFRON, projeto tão bem administrado pelo Exército Brasileiro?
O PCC briga pelo dinheiro das drogas, pelo domínio do tráfico no Brasil e fora dele. Para isto, enfrenta seus rivais e desafia o Estado brasileiro. As prisões estaduais foram privatizadas para o crime organizado. Quem manda nelas é o PCC. Os diretores de presídios e agentes penitenciários se tornaram reféns desses bandidos. É a profissão mais perigosa e esse risco se estende a suas famílias. Não tenham dúvidas. Esses profissionais, neste cenário, são verdadeiros heróis. Em Mato Grosso do Sul, em nome de todos eles, parabéns ao diretor Airton Stroppa.
E agora, Brasil?
*Odilon de Oliveira
Juiz federal criminal há 30 anos
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