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Opinião Sexta-feira, 19 de Janeiro de 2018, 17:18 - A | A

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Opinião

Da exceção à regra

Por Walter Roque Gonçalves*

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Pesquisa realizada pela Crescimentum Consultoria, Folha, de outubro de 2017, diz: “Corrupção define o Brasil, mas não o brasileiro!”. A maioria dos entrevistados se autorretratam como uma pessoa: amiga, alegre e honesta. No entanto, definem o Brasil como um país corrupto. Será que, realmente, são tão honestos como dizem?

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Walter Roque Gonçalves - Artigo

Walter Roque Gonçalves

 

Provavelmente, muitos destes ditos honestos, cairiam nas tentações que sucumbiram políticos pelo Brasil afora. Por exemplo, há canais no YouTube focados em experiências sociais: atores abordam o cidadão na rua com propostas pra lá de imorais. Ao receber a primeira negativa, oferecem quantias gradativas em dinheiro para que a pessoa abordada faça aquilo que a princípio diz, em hipótese nenhuma, fazer. E pelo valor certo, faz!

Honestidade pode até ser de berço, todavia, é algo que se desenvolve na prática, com repetição e esforço; é como um músculo fortalecido com disciplina e persistência. Quem se esforça para resistir aos impulsos que satisfazem a carne e ferem de morte a alma, com o tempo, desenvolverá uma estrutura peculiar no cérebro que dificilmente será subjugada. Trata-se da consciência, que, após condicionada, se afrontada, causa: desconforto, ansiedade, mal estar, insônia e dores no corpo. Literalmente, quem age contra seus princípios, perde a paz e, com o tempo, a saúde!

Este foi o tipo de incômodo que fez o estagiário Mateus  de Santa Catarina repensar suas atitudes (Fantástico, 31 de dezembro de 2017). Segundo ele, ao colidir na lateral de um carro de luxo, o primeiro impulso, foi fugir. Tirar vantagem! Afinal, ninguém estava por perto. Contudo, o desconforto com tal pensamento - a dor na consciência - o levou a escrever um bilhete com pedido de desculpas, colocando-se à disposição para ressarcir os prejuízos.

Mateus, agora de consciência limpa, foi surpreendido com a repercussão da sua história. A direção da faculdade de Direito da região, sensibilizada com atitude de Mateus, resolveu lhe presentear com uma bolsa de estudos integral. O proprietário do Porsche? Perdoou a dívida e hoje são amigos. Diante de tantos casos de corrupção, pessoas como o Mateus parecem ser exceção. No entanto, precisamos nos manter esperançosos nas mudanças no nosso país. Afinal, nós somos o Brasil!

Portanto, resta-nos ser exemplo daquilo que cobramos dos outros. E, desejar que novos “Mateus” surjam na sociedade, pessoas orientadas pelo mais eficaz mecanismo de fiscalização: a própria consciência. Quem sabe, desta forma, a exceção de hoje, com tempo, se torne a regra, principalmente na consciência daqueles que nos representam na política brasileira.

 

 

*Walter Roque Gonçalves

Professor na FGV/ABS especializado em Pequenas e Médias Empresas

CRA 144.772 | Contato: (18) 99723 -3109

[email protected]

 

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