Domingo, 05 de Maio de 2024


Opinião Sábado, 11 de Março de 2023, 16:24 - A | A

Sábado, 11 de Março de 2023, 16h:24 - A | A

Opinião

Mas vai te enxergar, tchê!

Por Percival Puggina*

Artigo de responsabilidade do autor
Envie seu artigo para [email protected]

Na pretensiosa reunião que manteve com a ministra Marina Silva, o assessor especial dos Estados Unidos para questões climáticas, o indefectível John Kerry, definiu a Amazônia como um “tesouro extraordinário” que “pertence a todos”, constituindo-se “num teste para toda a humanidade” (Revista Oeste).

puggina.org

Percival Puggina

Percival Puggina

 

Ato contínuo, o pressuroso profeta do apocalipse quase tirou a carteira do bolso traseiro das calças e deixou alguns dólares sobre a mesa para projetos visando a “conter mudanças climáticas no Brasil”.
 
Como se diz lá em Santana do Livramento: “Mas vai te enxergar, tchê!”
 
Marina Silva (transcrevo literalmente da matéria referida acima na Oeste), afirmou:

 

“Entendemos o caráter da Amazônia de equilíbrio do planeta, mas temos a clareza da soberania sobre esse território e buscamos ajuda. Mas uma ajuda soberana, com a qual queremos compartilhar a responsabilidade da proteção em bases econômicas, tecnológicas, de recursos. E compreendendo que é um esforço de proteção das florestas do mundo”.

 

Que massaroca!

Nada tenho contra, aliás, creio que temos muito a aprender com a riqueza de outros países, mas desconfio de todo messianismo político, econômico ou ecológico.

O amor ao próximo é uma virtude e o bem da humanidade interessa a todos. Não vejo, porém, como sirva à soberania nacional a fila de países ricos atraídos com o retorno de Lula, dispostos a investir na “proteção da Amazônia”, esse “tesouro extraordinário que pertence a todos”.
 
Pouco antes, meados de janeiro, em Davos, o mesmo Johnny Kerry, sem a modéstia que Deus parece negar aos tolos, defendeu a insustentabilidade do atual crescimento do mundo. É o reset geral que deixaria os países ricos satisfeitos com a riqueza e os pobres conformados com a pobreza. Para não restar dúvida sobre o ângulo desde o qual mira o planeta disse (novamente cito a Revista Oeste, em outra edição):

 

“Quando você começar a pensar sobre isso, é bastante extraordinário que nós, um grupo seleto de seres humanos, somos capazes de sentar em uma sala, nos reunir e realmente conversar sobre salvar o planeta”.

 

Te mete!
 
Claro, me vem à lembrança Al Pacino em o Advogado do Diabo: “Vaidade... definitivamente meu pecado favorito.”
 
Tenho certeza que toda pessoa sensata que assistir a esse filme, já nas primeiras cenas advertirá o jovem advogado representado pelo ator Keenu Reeves: Não aceita o que esse cara está te oferecendo.

 

 

*Percival Puggina (78)

Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

• • • • •

 

A veracidade dos dados, opiniões e conteúdo deste artigo é de integral responsabilidade dos autores e não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Capital News

 

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS