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Opinião Sábado, 19 de Agosto de 2023, 07:00 - A | A

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Opinião

Quem acredita na seriedade política está bêbado ou lelé da cuca

Por Júlio César Cardoso*

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Política é para exercer-se com seriedade e não como meio para obter vantagem ou trampolim para negociatas e perpetuação no poder.

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Júlio César Cardoso

É lamentável que profissionais de diversas áreas de atuação – médicos, advogados, engenheiros, professores, etc. – se desvinculem de suas profissões para se enveredarem na política e tomarem gosto pelo poder, a ponto de não pretenderem largar mais a vida pública.

O exercício representativo político deveria ser a oportunidade de os cidadãos poderem contribuir de forma cívica com a nação, sem intuito remuneratório, através do emprego de seus conhecimentos e experiências. Política não é profissão como hoje muitos de forma obstinada operam. Política é função temporária. A legislação não contempla política como profissão, não obstante o presidente Lula ter afirmado que “se tem uma profissão honesta, é a do político”.

Infelizmente, somos uma pátria de políticos indecorosos, muquiranas, chupa-sangues, sujismundos e chatos. Vejam, Lula e Alckmin, antigos rivais, agora estão abraçados dirigindo a República.

Somente a podridão de nossa política consegue unir adversários por um projeto de poder. Geraldo Alckmin, em 2017, disse: “Os brasileiros não são tolos e estão vacinados contra o modelo lulapetista de confundir para dividir, de iludir para reinar. Mas vejam a audácia dessa turma. Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder, ou seja, quer voltar à cena do crime. Será que os petistas merecem uma nova oportunidade? Fiquem certos de uma coisa: nós os derrotaremos nas urnas”. Quem acredita na seriedade política está bêbado ou lelé da cuca.

Quando o eleitor demonstra desgosto com o exercício político, ele apenas está reprovando a forma imoral pela qual se conduz grande parcela de nossos políticos. Muitos nada fazem em prol da sociedade, do país e só estão na política por interesse pessoal: cabide de emprego para si, familiares e amigos e outros negócios ilícitos.

Há políticos que interrompem o mandato para exercer outros cargos, dando uma banana ao eleitor. Há aqueles que nem bem esquentam as cadeiras nas administrações municipais e já se assanham como candidatos aos governos. Assim, não pode ser considerado sério um político que não cumpre integralmente o seu mandato, e os exemplos indecorosos são fartos em nossa política.

No país, com alguma exceção, não temos políticos íntegros e cumpridores de suas obrigações, mas sim oportunistas de plantão, ávidos pelas luzes da ribalta do poder.

Certa feita o jornal espanhol El País escreveu que ser político no Brasil é um grande negócio, dadas as enormes vantagens auferidas. Por isso, vale a pena largar suas profissões para exercer mandatos políticos, porque as compensações são gratificantes.

É difícil acreditar na seriedade de nossos políticos. A política deveria ser desempenhada em caráter transitório e sem reeleição. Cumprido o mandato, o cidadão deveria voltar às suas origens. A reeleição política e o voto obrigatório são responsáveis pelo sofrível quadro político nacional.


*Júlio César Cardoso
Servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC

 

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