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Opinião Segunda-feira, 29 de Abril de 2019, 14:12 - A | A

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Opinião

Revés na utilidade do “Fora. Temer!”

Por Victor Teixeira*

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Despojado da imunidade penal inerente ao cargo que ocupara até o fim. contrariando a vontade popular. Michel Temer foi introduzido na mesma experiência corretiva pela qual passa Lula. Ao primeiro a liberdade foi logo restituída graças à previsível conduta do desembargador em cujas mãos chegara o podido de habeas corpus, não obstante a ausência de condenações. o que já pesa sobre o petista. São tantos. contudo, os inquéritos criminais envolvendo Temer que sua promoção neles a réu e talvez posteriormente a condenado, que o adequam para novo e duradouro encarceramento. avançam rumo a uma formidável extensão máxima. Se chegará lá, depende do que a força-tarefa da Lava Jato conseguir fazer contra a inferior empatia de altas autoridades do Judiciário para com os esforços das parcialmente renovadas estruturas de governo federais com vista a revigorar a confiança interna e externa nas instituições regentes do país.

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Victor Teixeira - Artigo

Victor Teixeira


Sem. por um lado, concretos e iminentes perigos de represálias às autoridades participantes, o acompanhamento de Temer de sua casa em São Paulo ao Rio de Janeiro por um policial fortemente armado nos agradou como uma perfeita honraria a uma personalidade apontada como líder de longeva organização criminosa nos registros escritos da investigação que o levou ao cárcere com João Baptista Lima Filho. ex-coronel da Polícia Militar paulista. Moreira Franco, ex-ministro de Minas e Energia, e alguns empresários, cupinchas seus. Em contrapartida, a exigência pelo juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no estado do Rio, do uso de bancos de dados e grampos telefônicos pela força-tarefa para localizar os endereços dos alvos colocou a equipe à espreita deles num ângulo em que não lhes podiam proporcionar sorte nem o conhecimento prévio da ação pelo ex-presidente e o ex-ministro, sugerido em posteriormente revelada conversa telefônica atípica na madrugada anterior ao cerco. Chegada sua vez e a de sua mulher, Coronel Lima fingiu estar passando mal e tentou esconder dois celulares sob a almofada de um sofá. Mas que truques passariam despercebidos durante procedimento tão preparado para mais do que isto?

Os que atendem pelos nomes antes expostos e os atores secundários foram os troféus de caça da operação Descontaminação, em que desembocaram três semelhantes jornadas com os nomes Radioatividade, Pripyat e Irmandade, iniciativas no seio da Lava Jato com o objetivo de passar a limpo as interações político-econômicas por trás da inacabada construção da usina nuclear Angra 3. O grupo caiu em uma arapuca armada a partir da delação premiada de José Antunes Sobrinho, dono da empreiteira Engevix, já desclassificada judicialmente por conta de irregularidades no convênio de que fez parte com a Argeplan, do egresso coronel, para serviços junto à Secretaria de Aviação Civil, sob a liderança de Moreira Franco naquele momento. No processo de edificação do empreendimento energético atômico a primeira das antes citadas empresas entrou, assim como a Argeplan e a AF Consult do Brasil, a reboque da sueco-finlandesa AF Consult, oficialmente contratada. A inserção de participantes extras era motivada pela insuficiência estrutural da entidade privada formalmente aceita. Uma preocupação com a competência dos envolvidos em nível suficiente apenas para não se evidenciar mais do que seria aparente o fluxo de capitais endereçados ao emérito chefe de Estado em acordos escusos de favorecimento. A seu destino era garantida a chegada das vantagens indevidas através de sua coleta por duas empresas fictícias, a Alumi Publicidade, também pertencente ao delator, e a PDA Projetos e Direção Arquitetônica, outra propriedade do ex-PM, amigo de longa data e operador financeiro do destinatário. Por um extenso tempo, iniciado antes de Temer passar de vice-presidente a detentor titular do cargo, a gangue teria ficado imune a ofensivas dos encarregados de sancionar os transgressores da lei graças também a algum retardo na labuta destes oriundo de táticas de contrainteligência adotadas pela quadrilha, monitorando as apurações, ocultando provas cabais de delitos e plantando ante os profissionais documentos inúteis a sua missão.

Além da espoliação da Petrobras esse conjunto de operações anticorrupção de histórica grandeza reforça o perfil moral de grandes figuras políticas e financeiras ao mostrarem prolongamentos de seu predatismo por uma atividade vetora de ainda maior ameaça a toda forma de vida quando os protocolos para seu exitoso funcionamento são menosprezados. Pra quem não sabia ou se esqueceu, Pripyat, nome de uma das operações que embasou a Descontaminação, remonta a uma cidade evacuada para sempre após o desastre de Chernobyl, demonstrando do que é capaz a energia nuclear quando manipulada por mão-de-obra e aparelhagens submetidos a pouco cuidado em virtude de interesses egoístas dos poderosos que nela apostam. Com o transcurso dos mais de 30 anos subsequentes à catástrofe, se esvai a sensibilidade de homens políticos e de negócio do mundo, incluindo brasileiros e oriundos de uma parcela do que foi a União Soviética, para com a importância conferida às precauções pelas amarguras físicas e psíquicas por que passa quem sobreviveu para ver a morte de entes queridos, perder bens materiais e/ou sem direito a alternativas foi convocado para os esforços de minimização da insalubridade ambiental resultante. No que tiver contribuído para a pendência da entrega de Angra 3 pronta, a usurpação do compromisso com o empreendimento posterga o encerramento da obra num contexto propenso a revisões na empreitada capazes de lhe assegurar dignos juízos de valor, desatando o grau de parentesco entre sua situação e a da central BelAES, prevista para funcionar no outono na fronteira da Bielorrússia com a Lituaânia sem garantias de adequação da aposta deo governo do primeiro país aos padrões internacionais.

Abundam méritos para a manutenção dos meliantes em cana em prazo maior que o conseguido até o desembargador Antônio Ivan Athié mandar soltar a maioria deles, detida preventivamente, em uma súbita mudança de opinião a partir de uma inicial disposição para levar o caso a análise no plenário de Tribunal Regional Federal da 2a Região e de igualmente preliminar alegada falta de tempo. Assim é corroborado um caráter do qual este juiz dera sinais quando anulou a condenação de Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, a 43 anos de apresamento derivada das prévias investigações do que era feito de errado na estatal e, neste instante, lançou dúvidas sobre a solidez dos achados indicadores das intenções por trás das negociatas sugerindo que uma parte do dinheiro movimentado seria uma "gratificação por serviços prestados", uma "gorjeta", em alusão a tal significado do termo em espanhol "propina".

Mas não por isso o Ministério Público Federal, ativo desde quando Temer presidia o Brasil na denunciação da ida de seus acertos com seus aliados institucionais e empresariais além do que a todos é permitido em teoria e fortalecido com o acato de tais procedimentos seus no tocante ao caso de Angra 3 e outros por varas judiciais em São Paulo, Rio e Distrito Federal, vai baixar a guarda na busca por uma nova acolhida penal involuntária para o ex-mandatário e seus parceiros em jogadas sujas ante todos nós. De uma fração do STF indisposta a cooperar provêm os concretos perigos à busca por um saldo sememlhante ao que o Peru obteria, com o encarceramento de dois ex-presidentes por conivência com as ambições da construtora brasileira Odebrecht se um deles não tivesse se matado quando da chegada de sua hora. A negação do emprego de recursos ilegais em campanhas pelo democraticamente recém-destronado rei se expôe para incondicional proveito em caso de mudança de postura por ele, sob a influência de sua defesa, vislumbrando o despacho dos processos à menos rígida Justiça Eleitoral avalado pela corte. à qual alguns membros tentam dar imprópria blindagem contra críticas da imprensa, de camadas mais baixas do Judiciário e das massas abrindo inquéritos por notícias falsas e discursos ameaçadores sem especificar os alvos nem solicitar o envolvimento dos órgãos jurídicos com papel investigativo.

A determinação dos encarregados de exercer a justiça sobre os vilões da história política recente é um dos fatores de que depende o êxito do governo Bolsonaro em aplacar ainda vigorantes riscos disponibilizados ao futuro do Brasil pelas tormentas pretéritas. Na detecção de novas ameaças de greve de caminhoneiros a tempo de sinalizar um compromisso com suas reivindicações a fim de prevenir o alcance pelo movimento das generalizadas dimensões vistas e sentidas há cerca de um ano o efetivo agora no poder manifestou a agilidade e o vigor para conseguir nivelamento entre os interesses populares e de grupos fechados necessários para se conseguir o apoio legislativo à Reforma da Previdência driblando as falhas na recepção da pauta até pela base aliada e obstáculos a seu trajeto, estimados em artigo de Vera Magalhães no O Estado de S. Paulo, a serem postos por antigos correligionários de Temer conforme avançar a Lava Jato, um dos pilares da ascensão deste governo de inédito tipo.

Com muito menos delongas após assumir seu atual status social mais um ex-presidente fora conduzido ante nossos olhos ao pagamento moral da dívida tida conosco em que também participou. Alegris fugaz, dado o não embasamento da medida em uma condenação, de que dispôe o estreante dessa classe. Algo, no entanto, não impossível de se reverter, segundo o esforço dos que querem abrir o sinal verde para melhores estimativas sobre o futuro do Brasil contra as forças inimigas.

 

 

*Victor Teixeira
Jovem blogueiro de Itaporã ainda não diplomado em Jornalismo, mas interessado no modo como os fenômenos políticos, econômicos e sociais ocorrem no país e fora dele e são registrados e analisados sobretudo pelas mídias locais de onde os fatos acontecem ou de lugares de qualquer forma próximos

 

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