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Opinião Sexta-feira, 06 de Julho de 2018, 07:00 - A | A

Sexta-feira, 06 de Julho de 2018, 07h:00 - A | A

Opinião

Voto, voz, vez e vontade

Por Maria Thereza Trad*

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A inserção e o reconhecimento dos direitos das mulheres em nossa sociedade têm sido arduamente conquistados desde o tempo anterior à Proclamação da República, por meio de muita luta, força de mobilização e reivindicação de vários grupos e segmentos sociais.

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Maria Thereza Trad - Artigo

Maria Thereza Trad

 

Já se passaram 86 anos desde que o direito das mulheres votarem e serem votadas no Brasil fosse por lei reconhecido, ainda no governo de Getúlio Vargas, no dia 24 de fevereiro de 1932.

Contudo, ainda hoje, 85% dos cargos políticos são ocupados por homens.

Cabe a cada cidadão de bem deste país, e principalmente as mulheres que agora votam, mudar este triste cenário. Caso contrário, as muitas situações de humilhação, descaso e abusos que vitimam as mulheres, seja no ambiente doméstico, seja no trabalho e nos espaços públicos, continuarão alcançando números alarmantes, pois estes agressores contam ainda com a impressão de impunidade e ineficácia do rigor da lei e das instituições para modificar suas posturas.

É preciso mais severidade nas leis contra estes atos covardes que vitimam tantas mulheres, crianças e idosos no país. Isso não será alcançado sem uma melhor composição da representatividade de homens e mulheres na vida pública e política de nosso país, seja nos espaços do Poder Legislativo, seja nos do Poder Executivo.

Sendo as mulheres mais da metade da população brasileira, muitas delas respondendo como chefe da família, criando com imensas dificuldades os seus filhos pela ausência do suporte e da presença da figura paterna, a representatividade da participação da mulher na política é ainda irrisória.

Não podemos menosprezar tanto esforço, tanta luta e sacrifícios que foram realizados para que pudêssemos chegar até aqui.

Contudo, sem forte conscientização e mobilização, o direito efetivo de mais respeito e igualdade não poderá ser de fato alcançado. Há muitos conflitos de interesses impedindo o reconhecimento real destes direitos.

A história tem nos mostrado que sem conscientização, forte mobilização e luta, o respeito pela igualdade de direitos sociais em nossa sociedade não pode ser alcançado.

Pergunto: até quando, minha gente?

Até quando os cidadãos se conscientizarem que não teremos uma sociedade justa e igualitária enquanto homens e mulheres não forem respeitados por igual, tanto em direito quanto em obrigações.

Cabe a todos, principalmente ao voto feminino, mudar esta triste realidade. Precisamos de um Brasil melhor e igual para todos. Isso ocorrerá quando o voto, a voz, a vez e a vontade de todos prevalecerem sobre este Estado de coisas injusto, violento e desigual.

 

 

*Maria Thereza Trad

Psicóloga, pós graduada em terapia de casal e de família, ativista pelo fim da violência contra as mulheres, e presidente do PTB Mulher de Mato Grosso do Sul.

 

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