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Polícia Sábado, 08 de Dezembro de 2018, 08:27 - A | A

Sábado, 08 de Dezembro de 2018, 08h:27 - A | A

EM INVESTIGAÇÃO

Autoridades desmentem que houve espancamento em caso de criança morta ao sair da escola

O caso aconteceu em Campo Grande e está sob investigação

Laura Holsback
Capital News

Autoridades policiais envolvidas nas investigações sobre a morte da estudante Gabrielly Ximenes Souza, de 10 anos, afirmam que não houve espancamento à vítima. A menina morreu na manhã desta quarta-feira (6), sete dias depois de ter sido agredido, na saída da escola estadual Lino Villachá, no bairro Nova Lima, em Campo Grande. Inicialmente, a informação era de que uma criança, de 9 anos, e duas adolescentes, de 14 anos, teriam participado de um espancamento. Porém, em coletiva de imprensa, delegados contestam a informação divulgada, conforme a família. 

 

Divulgação

Autoridades desmentem que houve espancamento em caso de criança morta ao sair da escola

Menina morreu sete dias depois de brigar com colega de escola

“Precisamos desmistificar essa questão do espancamento, porque três golpes especificamente não geram espancamento. Esse termo está exagerado e pode nem ter ocorrido. Foi uma discussão. Podemos estar falando de bullyng. Duas crianças acabaram em contato físico e pode ter ocorrido causa preexistente e dado evento à morte”, disse o delegado Welligton de Oliveira.

 

Do outro lado, familiares da menina afirmam que ela já vinha sendo ameaçada pela colega de escola e que a promessa era de matá-la ou dexá-la em uma cadeira de rodas. 

 

A agressão

A delegada Fernanda Félix, da Delegacia Especializada no Atendimento à Infância e Juventude), onde o caso é apurado, comenta que o fato foi no dia 29 de novembro. Segundo ela, às 17h10 Gabrielly e uma colega, de 9 anos, com quem já teria desentendimento, saíram da aula e seguiam para suas casas quando houve a agressão. “Durante o percurso, a 100 metros do colégio, a menina desfere três golpes com a mochila na vítima. Dois nas costas e um na perna”, cita. Golpes, cuja força pode não ter sido suficiente para causar as complicações que levaram a menina à morte, na avaliação do delegado Welligton. Essa versão foi contada pela menina que desmente ter tido ajuda de outras colegas no episódio de agressão.

 

Ainda conforme a delegada Fernanda, Gabrielly foi prontamente atendida por equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada para a UPA do Coronel Antonino. Depois foi para o Centro Especializado Municipal (CEM) e em seguida à Santa Casa. 

 

“Ela foi atendida por especialistas e liberada. No dia seguinte voltou à vida ao normal. Na segunda e terça-feira foi ao colégio e no fim do dia reclamou de dores ao pai. Ela foi encaminhada novamente para a Santa Casa e submetido a uma cirurgia ortopédica de quadril. A menina foi diagnosticada com artrite séptica e infecção generalizada, não resistiu à cirurgia e morreu, na quinta parada cardiorrespiratória”, explica a delegada Fernanda. 

 

O caso segue em investigação e autoridade policial faz alerta. “O mais importante quando se fala de bullyng é vc prestar atenção na reação das crianças. A violência não gera necessariamente no ambiente escolar, pode ser gerada na sociedade no ambiente familiar, com amigos. E é importante pais, familiares, professores estarem atentos. Um evento como esse poderia ser evitado? fica a dúvida, mas o fato é que a gente tem que apurar agora, verificar a verdade dos fatos”, finaliza Welligton de Oliveira.

 

Nota de pesar

Mesmo a polícia tendo se pronunciado que não houve grave agressão contra Gabrielly, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Mato Grosso do Sul (OAB/MS), emitiu nota de pesar em que trata o caso como “morte brutal”. 

 

“A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Mato Grosso do Sul (OAB/MS), vem manifestar seu profundo REPÚDIO com relação a morte da jovem Gabrielly Ximenes Souza, de apenas 10 anos, brutalmente agredida na Escola Estadual Lino Villacha, em Campo Grande. A Ordem cobra de forma contundente a apuração dos fatos e circunstâncias por parte das autoridades competentes, bem como a punição rigorosa, nos termos da Lei, ante a agressão cometida e também a apuração dos responsáveis pela administração da escola onde ocorreu o fato”, diz a nota.

 

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